FMM possui 16,2 bilhões em caixa para viabilizar projetos navais, offshore e portuários

O seminário “Financiamentos, Seguros e Garantias para a Construção Naval e Offshore”, promovido pela Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (Abeemar), com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção, e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), no dia 07 de agosto (quarta-feira), no Hotel Prodigy, Centro do Rio de janeiro, teve a abertura do presidente da Abeemar, João Azeredo, e o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, que destacaram a relevância do encontro para esclarecer os setores, tirar dúvidas através dos técnicos e especialistas responsáveis pelos trâmites de processos, e liberação de financiamentos, para cada vez mais contribuir para a desburocratização e alavancar os negócios.

Durante o seminário, a analista de Infraestrutura do Fundo Marinha Mercante (FMM) informou em sua palestra que o órgão hoje na pasta do Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) disponibiliza neste momento cerca de R$ 16,2 bilhões para viabilizar projetos dos segmentos navais, offshore e, portuários, segundo ela é um órgão superavitário e com técnicos capacitados para analisar e deliberar os projetos, como todo trâmite de forma digital, mas possuem contatos por telefones, e-mail, etc.

Ela detalhou as diferentes linhas de financiamento disponíveis, taxas, períodos de carência, critérios de elegibilidade, e fêz observações importantes acerca de como apresentar, ou melhor protocolar um processo, além de dar orientações sobre a preparação e submissão de projetos para facilitar a aprovação pelo banco, — hoje, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ela há conversas para fechar também os empréstimos para os setores com o Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal.

Em seguida a participação foi de Elisa Salomão Lage, chefe de Departamento de Gás, Petróleo e Navegação do BNDES, e Maria Carolina Rangel, também gerente do mesmo setor, detalharam os caminhos que o agente financeiro traça para liberar um financiamento para os empreeendimentos, as taxas, garantias, enfim, os incentivos à projetos que tenham no seu âmbito o indicativo de contribuição com a descarbonização, por exemplo, o uso de uma tinta que reduz a pegada de carbono.

Segundo as especialistas, o BNDES tem linhas de financiamento para embarcações nacionais e estrangeiras, para nacional o financiamento é até 90% do projeto, com taxas de juros entre 2% e 6%.

O BNDES tem previsão de crescimento este ano nos financiamentos para os setores navais, offshore e, portuários, e adiantam que a previsão pela demanda dos setores por empréstimos é em cerca de US$ 73 bilhões até 2028, — vislumbrando o crescimento da construção de navios de vários portes, plataformas, barcaças, descomissionamento de embarcações, e infraestrutura dos terminais e, portos. No foco a demanda de óleo e gás, o agronegócio e, hidrovias. Observando que o Arco Norte hoje evolui de maneira galopante, —Arco este que abrange portos e estações de transbordos dos estados de Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Maranhão, — principal eixo de escoamento para exportações do Matopiba.

Encerrando o seminário, os executivos da empresa internacional de seguros e resseguros, a Gallagher com market value em torno de US$ 60 bilhões, e presente em 150 países, também hoje com escritórios no Brasil, falou sobre a importância do seguro nos negócios do segmento naval e offshore, — o Brasil ainda acessa muito pouco os ‘seguros’, fato já consumado em países da Europa, por exemplo— observou o CEO Insurance Business Brazil, Rodrigo Protasio. Enfim, colocado os desafios e oportunidades de se usar o seguro como garantia de financiamentos para o segmento e, destravar os gargalos, o otimizar o mercado.

As especialistas do BNDES explicam que, o seguro como garantia dos financiamentos para a indústria naval e offshore ainda não está no radar da entidade bancária. Mas, está no radar por exemplo, de a Petrobras custear o financiamento para as suas construções do segmento naval e offshore.

O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, observou que 80% dos estaleiros no Brasil estão ociosos, e tem um parque competitivo a nível mundial, ele não acredita que haverá interesse da China nas licitações para construção de navios e plataformas, a aposta é em construção pela indústria nacional, em seguida argentinos e, Singapura. O presidente que milita no setor mais de 45 anos vê o segmento bem mais estruturado com política de estado e compliance, — e não mais se submeteria a ações de revés em qualquer que seja a administração de futuros governos, afinal, é um setor estratégico em todo mundo, e de soberania nacional. Crítico da BR do Mar, quer o Brasil na ponta deste mercado.

Quanto ao aço para abastecer a construção naval e offshore, o executivo espera que cheguem a um consenso de diferenciação de preços, entre venda nacional e, exportação. — As partes envolvidas no negócio devem focar o desenvolvimento econômico do Brasil—conclui.

O evento reuniu empresários e executivos do setor da construção naval, offshore, logística, subsecretário adjunto da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Seenemar), do Governo do Rio de Janeiro, Marcelo Felipe, a vice-presidente executiva do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma)e, Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Lilian Schaefer.

(Revista Fator Brasil)

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