SINDICOMIS NACIONAL e ACTC alertam sobre possível monopólio de gigante do setor logístico

Em 25 de setembro, o Grupo CMA CGM France, um dos maiores operadores de transporte marítimo de contêineres do mundo, apresentou ao Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, seu plano de investimentos no Brasil. Embora pareça um encontro institucional rotineiro, um fato relevante merece atenção: no último domingo, o Grupo oficializou a aquisição de 48% da Santos Brasil, localizada no Porto de Santos, por US$ 2,4 bilhões.

Liderado pelo franco-libanês Rodolphe Saadé, o Grupo CMA CGM France opera 620 navios e possui parcerias estratégicas com a Air France-KLM e a CEVA Logistics, entre outras. Essa aquisição se soma a outra transação bilionária recente: a venda da DB Schenker para a DSV por US$ 14,3 bilhões. Jens Lund, CEO da DSV, declarou que a fusão cria “uma líder mundial na área dos transportes e da logística”. Soaria “líder mundial” um eufemismo para monopólio?

A DSV expandiu-se por meio de diversas aquisições, incluindo a americana UTi, a suíça Panalpina e a kuwaitiana Global Integrated Logistics (GIL). A DB Schenker, por sua vez, era uma das maiores prestadoras de serviços logísticos globais, com soluções integradas de transporte terrestre, aéreo e marítimo.

Essa concentração de mercado ameaça a economia e, em particular, as empresas brasileiras, principalmente as de menor porte. O desequilíbrio de poder gerado prejudica a concorrência e a autonomia das PMEs, afetando a cadeia de serviços representada por entidades como o SINDICOMIS NACIONAL e a ACTC.

Para aqueles que questionam a influência dos armadores, sugerimos uma breve reflexão sobre o impacto da pandemia nos fretes marítimos. Uma rápida pesquisa online poderá elucidar a questão.

No dia 24, durante o Congresso Mundial da FIATA, no Panamá, alertamos a entidade sobre essa preocupante tendência. A FIATA, reconhecendo a gravidade da situação, solicitou aos quase mil participantes que reportassem a questão aos seus respectivos governos.

Como enfrentar esses gigantes mundiais?

Há mais de um ano, o SINDICOMIS NACIONAL e a ACTC, antecipando esse cenário de risco de monopólio, intensificaram o diálogo com o governo e instituições, visando proteger as empresas brasileiras de comércio exterior de um provável aumento de custos, especialmente no transporte marítimo.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, foi informado pessoalmente sobre o assunto por Luiz Ramos. As entidades trabalham pela aprovação, no Congresso Nacional e na Presidência da República, de um projeto de lei que torne obrigatória a intermediação de agentes na contratação de fretes internacionais, seguindo o modelo das corretoras de seguros.

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