No primeiro dia, três temas se destacaram: situação geopolítica global, agenda ESG escalável e a importância dos dados antes da Inteligência Artificial
O Manifest, um dos mais importantes eventos de logística dos EUA, está ocorrendo de 10 a 12 de fevereiro em Las Vegas, com mais de 5 mil participantes, quase 400 empresas expondo soluções e mais de 120 sessões de conteúdo. O evento traz importantes insights para líderes e gestores de Supply Chain.
No primeiro dia, três temas se destacaram em painéis diferentes.
Situação geopolítica global
Questões como guerras, novas tarifas comerciais e a multipolaridade das forças (EUA, China, Europa, Índia) impactam diretamente o Supply Chain, como preço de fretes globais, revisão de malhas de abastecimento e rupturas no fornecimento de insumos e produtos. As discussões focaram em como preparar a cadeia de abastecimento para um cenário de maior incerteza e complexidade.
Algumas iniciativas destacadas incluem:
– Garantir ampla visibilidade das operações para reagir rapidamente a mudanças;
– Analisar mudanças (tarifas, legislações, conflitos) considerando prazos e impactos (mercado, custos, concorrência, etc.);
– Fortalecer a proximidade com clientes, parceiros e fornecedores para decisões mais ágeis e maior resiliência da cadeia.
Agenda ESG escalável e financeiramente viável
Situação de urgência climática é senso comum, mas também parece ser senso comum a dificuldade em tornar as cadeias de abastecimento efetivamente sustentável. Diferentes empresas como Patagonia, EY, Hitachi, DHL e Pepsico trouxeram uma visão mais pragmática da agenda ESG, focando em como ganhar escala de forma financeiramente sustentável no tempo.
Três dicas para escalar ESG:
– Colaborar intensamente com o ecossistema em que se atua;
– Testar diferentes iniciativas para entender o que pode ser escalado;
– Pensar no local/contexto da iniciativa (“think global, act local” ou “no one size fits all”).
Antes de IA, dados
Claro que Inteligência Artificial e GenAI estavam nos debates, mas desta vez com uma abordagem diferente: sem ter bons dados de forma consistente e constante, não dá para falar de I.A. Vivemos numa era de muitos dados disponíveis, cada vez em maior diversidade e quantidade, cada vez mais real time. Empresas como AWS (Amazon), Hitachi e DHL falam em fazer o “básico bem feito” para então buscar inovações.
Os maiores desafios colocados para a real e efetiva digitalização das cadeias de abastecimento:
– Grande quantidade de sistemas legados;
– Muita coleta manual de dados;
– Muito foco em tentar implementar as tecnologias “da moda” e pouca energia para efetivamente entender o problema a ser resolvido.
Já ouvimos essa realidade no Brasil, não é mesmo?!
Fonte: Mundo Logística