Porto de Santos reduz atrasos em abastecimento de navios, mas desafio ainda continua

Os atrasos nas operações de bunker — abastecimento de navios com combustível — diminuíram em 2025 em relação a 2024, mas continuam sendo um desafio no Porto de Santos, segundo o setor marítimo. No ano passado, os prejuízos foram estimados em R$ 27 milhões.

“Ainda há atrasos, mas com menor frequência. Isso resulta de uma melhor comunicação entre os intervenientes”, afirmou o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque. Ele não estimou prejuízos neste ano.

Roque destacou que a temporada de cruzeiros, iniciada em 26 de outubro e com término previsto para 19 de abril, preocupa o setor, pois os transatlânticos têm prioridade no abastecimento. Os navios graneleiros são os mais afetados. “Os tramps – embarcações não regulares que vêm buscar commodities – dependem de berços e das condições climáticas. Quando chove, as operações são suspensas, o que aumenta o tempo de estadia e gera fila na barra”, explicou.

O Sindamar chegou a propor operações ship to ship (de navio para navio) para mitigar os impactos, já que Santos não possui fundeadouro interno. “Assim, o navio seria abastecido no fundeadouro, sem ocupar o local de atracação e sem prejudicar outras embarcações. Todo atraso gera prejuízos, tanto em escalas posteriores quanto em custos portuários”, disse Roque.

Petrobras
A Petrobras informou que três embarcações garantem o fornecimento de combustível com rapidez e eficiência, mantendo o Sindamar atualizado sobre a programação e as operações de bunker em reuniões periódicas. A estatal afirmou não ter recebido questionamentos formais recentes sobre atrasos.

“Os desafios logísticos persistem, mas estão sendo tratados em conjunto pelas partes envolvidas”, declarou a empresa.

Desde dezembro de 2024, a frota conta com a barcaça SC-60, com capacidade de 3,5 mil toneladas e vazão de 500 m³/h, o que permite abastecimento mais rápido e reduz o tempo de permanência dos navios no porto. Outras duas barcaças, com capacidade superior a 3 mil toneladas, também possibilitam operações em lotes maiores.

A Petrobras estuda ainda a realização de abastecimentos no fundeadouro externo, utilizando uma embarcação autopropelida de maior porte, medida que depende de licenças ambientais e da aprovação da Marinha. Atualmente, o abastecimento ocorre apenas em embarcações atracadas nos terminais aquaviários, conforme as normas portuárias, ambientais e marítimas.

A estatal ressaltou que a ampliação das operações para o fundeadouro externo representaria uma evolução estratégica, condicionada ao cumprimento das exigências legais e à autorização dos órgãos competentes.

(A Tribuna)

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