ARTIGO | O que nossas categorias econômicas podem esperar do Governo Lula para 2023?

Com o fim das eleições de 2022, uma questão preocupa o mercado: quais são as expectativas para a política econômica do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)? Afinal, até o momento, o nome de nenhum de seus ministros foi confirmado – sobretudo o da Fazenda.

O time de Lula tem sentido uma grande pressão para anunciar o principal representante da economia nacional. De acordo com especialistas no assunto, este é um dos pontos mais delicados nessa transição entre os governos. Há um temor de que as medidas propostas para manter o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 (que precisa de ajustes no teto de gastos para ser viabilizado) possam impactar outros setores, aumentando, assim, a percepção de insegurança sobre a sustentabilidade fiscal do país.

É importante que o novo governo seja sincero com a sociedade brasileira e internacional. Algumas promessas de campanha não poderão ser cumpridas logo no primeiro ano de mandato, enquanto outras precisarão ser reformuladas.

Além disso, um levantamento mostra que há despesas que não estão sendo consideradas no orçamento, mas que devem ocorrer em 2023. O teto de gastos precisaria crescer mais alguns bilhões para acomodar gastos já contratados, a menos que se faça uma necessária e dura rediscussão de prioridades.

Economistas apontam que o pagamento do adicional do Auxílio Brasil, respeitando o teto, dependeria de uma medida provisória e da compressão de outras despesas em pouco mais de R$ 5 bilhões por mês. O teto de gastos para o próximo ano comporta R$ 1,8 trilhão, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Deste montante, mais de 90% estão comprometidos com gastos obrigatórios, como os com Previdência e salário de servidores.

Paira sobre nós a seguinte dúvida sobre o cumprimento das promessas de campanha: os valores excedentes serão extraordinários (ou seja, fora do teto de gastos) ou temporários para 2023? Neste caso, a partir daí, se estabeleceria uma nova regra para a evolução das despesas.

Para os investidores, a maior questão é: de quanto será o endividamento do Brasil daqui para frente? O mercado precisa saber quais serão os gastos imediatos e as regras de despesas e de receitas ao longo do próximo governo.

Oxalá que este novo governo possa atender as expectativas da economia do nosso Brasil e, assim, atender os interesses das nossas categorias econômicas.

Forte abraço a todos.

Luiz Ramos – Presidente do SINDICOMIS, ACTC e CIMEC

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