As exportações de arroz em casca do Brasil totalizaram 67,7 mil toneladas no mês passado, uma forte queda, de 62,4%, em relação a março, quando os embarques foram de 180 mil toneladas, informou a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), com base em dados do Ministério da Economia.
“Estamos tendo muita dificuldade para escoar o arroz devido à falta de contêineres. Esse problema surgiu com a pandemia de covid-19 e se agravou com o lockdown na China. A paralisação dos portos chineses, principalmente o de Xangai, reduziu fortemente a oferta de contêineres”, diz o diretor de Assuntos Internacionais da Abiarroz, Gustavo Trevisan.
Segundo ele, até mesmo alternativas como o aluguel de espaços nos porões de navios, para enviar o arroz em big bag, embalagem que pode transportar até uma tonelada, não têm atenuado os problemas no escoamento das exportações. “Há uma falta global de contêineres, que estão parados na China. Isso também provocou redução de oferta de navios para transporte nos porões e encareceu o frete marítimo”.
Enquanto as vendas externas encolheram, as importações de arroz deram um salto em abril. As compras brasileiras no mês passado somaram 178,1 mil toneladas, um acréscim de mais de 70 mil toneladas em relação às 106,8 mil toneladas de março deste ano. Segundo Trevisan, isso é resultado da retenção de oferta no campo, igualmente decorrente do câmbio desfavorável.
Ainda conforme a entidade, no primeiro quadrimestre de 2022 (janeiro a abril), as exportações de arroz totalizaram 518,2 mil toneladas, uma elevação de 60,7% em relação às 318,8 mil toneladas embarcadas em igual período de 2021.
(Valor Econômico)
