Corrente de comércio aumenta 10,2% e chega a US$ 30,74 bilhões em janeiro

O Brasil abriu o ano de 2021 com aumento de 10,2% na corrente de comércio (soma das exportações e importações), que chegou a US$ 30,74 bilhões em janeiro. Os dados divulgados nesta segunda-feira (1º/2) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex/ME) mostram que as exportações cresceram 12,4% e somaram US$ 14,81 bilhões, enquanto as importações cresceram 8,3% e totalizaram US$ 15,93 bilhões. Assim, a balança comercial registrou déficit de US$ 1,13 bilhão no mês.

O aumento das exportações foi favorecido pela alta dos preços e por uma base de comparação mais baixa, já que em janeiro do ano passado houve uma queda de quase 20% nas vendas ao exterior, motivada principalmente pelas vendas mais fracas à China, que foi o primeiro país a sentir os efeitos da pandemia.

Em 2021, os preços estão subindo, o que impulsiona os valores da balança. “O preço vem reagindo. Ao contrário do ano passado, em que tivemos queda de preços durante todo o ano, agora começamos o ano com crescimento”, explicou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.

Do lado da importação, o aumento foi motivado pelo crescimento da demanda interna por produtos importados. Já o déficit deste ano, assim como em janeiro do ano passado, foi motivado pela importação de plataformas de petróleo, que alcançaram cerca de US$ 2 bilhões.

Acesse os dados completos da balança comercial  

Segundo a Secex, o aumento das exportações foi impulsionado pelo crescimento de 35,3% nas vendas da Indústria Extrativa, que chegaram a US$ 4,53 bilhões, e pelo aumento de 6% na Indústria de Transformação, que alcançou US$ 8,53 bilhões.

No primeiro caso, destacaram-se as vendas de minério de ferro (73,6%), que está sendo negociado com um preço 45% acima do praticado em janeiro do ano passado. “Há uma grande demanda pelo produto e uma grande limitação de oferta mundial”, comentou Brandão. Ele salientou que a produção do Brasil – que é um dos dois maiores produtores mundiais, junto com a Austrália – não deve crescer neste ano.

Já a Agropecuária, com US$ 1,67 bilhão, registrou queda de 2,6% nas vendas externas. Ainda assim, houve um aumento de 332,8% nas exportações de trigo e centeio; de 54,3% em milho não moído, exceto milho doce; e de 43,2% no café não torrado.

“Estamos na entressafra e tivemos um baixo movimento de soja em janeiro. Provavelmente, os maiores movimentos vão ocorrer mais pra frente neste ano”, explicou o subsecretário. Ele lembrou que em 2020 essa exportação de soja aconteceu mais cedo, devido à velocidade da colheita, relacionada a questões climáticas. Por outro lado, observou que “o milho tem-se mostrado forte, com exportações crescentes”.

Importações

Nas importações, a média diária em janeiro foi de US$ 797 milhões, a maior desde janeiro de 2015, quando chegou a US$ 803 milhões. A Agropecuária registrou aumento de 22,3% e somou US$ 0,42 bilhão. O resultado foi puxado principalmente pelas compras de soja (487,3%), trigo e centeio não moídos (35,1%) e milho não moído, exceto milho doce (85,3%).

Na Indústria Extrativa, com US$ 0,55 bilhão, houve crescimento de 7,6% nas importações, com destaque para minério de ferro e seus concentrados (146.403,4%), gás natural, liquefeito ou não (60,1%) e outros minerais em bruto (44,8%).

A Indústria de Transformação aumentou em 6,5% as compras do exterior, alcançando US$ 14,70 bilhões. Destacaram-se adubos ou fertilizantes químicos (42,7%), válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores (17,6%) e plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes (6,6%).

OS dados da Secex indicam que houve pequeno crescimento nas quantidades importadas (0,4%), mas continua o movimento de redução dos preços (-3,3%), causado principalmente pela Indústria de Transformação (-2,8%), que responde por 92% das compras brasileiras.

Brandão também destacou o crescimento de 22,4% nas importações de bens intermediários, incluindo insumos para produção, como adubos e fertilizantes, partes e peças de produtos eletroeletrônicos.

Destinos e origens

Entre os parceiros comerciais, as exportações para a Argentina cresceram 41,1% e somaram US$ 0,76 bilhão, enquanto as importações do país vizinho aumentaram 30,2% e totalizaram US$ 0,78 bilhão. Assim, a balança comercial com este parceiro comercial apresentou déficit de US$ 0,02 bilhão e a corrente de comércio aumentou 35,3%, alcançando US$ 1,54 bilhão.

Herlon Brandão lembrou que as exportações de veículos automóveis de passageiros (41%) e para transporte de mercadorias (32,6%) tiveram crescimento em janeiro, o que influencia muito o comércio entre os dois países. Além dos automóveis, também cresceram as vendas de minério de ferro e produtos siderúrgicos para a Argentina.

Já para a China houve aumento de 19,4% nas exportações, influenciado principalmente por minério de ferro, enquanto para os Estados Unidos houve uma pequena queda de 4,4%, e para a União Europeia, um recuo de 5,6%.

Em relação à origem dos produtos importados, caiu em 26,1% a compra de itens da China, mas essa queda foi causada pela entrada de plataformas de petróleo. “Embora o movimento de plataformas tenha sido equivalente em janeiro deste ano e do ano passado, muda o país de origem, onde foram fabricadas essas plataformas”, explicou Brandão.

No ano passado, houve nacionalização de uma plataforma fabricada na China, de quase US$ 2 bilhões, enquanto em 2021 entraram três plataformas de outras origens. Uma delas foi o Japão, que acabou apresentando um crescimento de 135% como origem das compras brasileiras.

Já as importações dos Estados Unidos diminuíram 1,4% em janeiro, na comparação com janeiro do ano passado. Da União Europeia, a queda foi de 6% nas importações.

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