A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) divulgou, nesta quinta-feira (16/9), a edição de setembro do Boletim Macrofiscal e a versão atualizada do Panorama Macroeconômico. Os documentos mostram que a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2021 é de 5,3%, ou seja, foi mantido o percentual presente na última grade de parâmetros.
Durante entrevista coletiva virtual, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, apontou que o desempenho do setor de serviços contribuiu de forma robusta para a recuperação econômica no segundo semestre de 2021. “O avanço da vacinação em massa e a flexibilização das restrições à mobilidade têm contribuído para o crescimento do setor”, destacou, acrescentando: “Temos a firme convicção de que o segundo semestre terá um crescimento ainda mais forte do setor de serviços e do investimento privado e isso dará as bases sustentáveis para o crescimento de 2,5% do ano que vem.”
A nova grade de parâmetros manteve para 2022 a projeção de alta do PIB em 2,5% anual. O PIB nominal estimado para este ano é de R$ 8,661 trilhões e de R$ 9,459 trilhões em 2022. Segundo o secretário, o cenário positivo estimado para o próximo ano está fundamentado na continuidade da expansão do setor privado e em efeitos positivos das reformas pró-mercado e do processo de consolidação fiscal. “Este é o caminho certo a ser seguido, por isso reforço o nosso compromisso no aprofundamento desta agenda econômica”, ressaltou Sachsida.
O subsecretário de Política Macroeconômica, Fausto Vieira, afirmou que após um ano do maior impacto econômico da pandemia da Covid-19, o PIB brasileiro cresceu 1,8% nos quatro trimestres do ano. “O Brasil superou a média de um grupo de 30 países divulgado pela OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] neste período e está numa posição significativamente boa”, disse.
Inflação
A grade de parâmetros macroeconômicos conta também com novas estimativas para o comportamento da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) agora é projetado em 7,90% em 2021 e 3,75% para o ano que vem. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) previsto é de 8,4% para este ano e de 3,8% para 2022. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) também foi revisto para o patamar de 18% em 2021 e 4,7% em 2022.
Adolfo Sachsida assegurou que o governo está se esforçando para reduzir a inflação. “A inflação é o maior inimigo da população. Tenho certeza de que as políticas monetárias e fiscais vão combater a inflação, porque isso não é questão de ideologia, mas de prezar pelo bem-estar da população brasileira, sobretudo da população mais pobre. Faremos o que for necessário para combater a inflação”, declarou o secretário.
Consolidação fiscal
O secretário de Política Econômica também destacou a redução na despesa primária do governo central. Segundo ele, esse será o primeiro governo a entregar despesa menor do que pegou com a proporção do PIB. “Isso mostra o nosso compromisso com a consolidação fiscal. Mesmo durante a maior crise de saúde pública da história, a agenda econômica continua a avançar”, pontuou. Ele observou que o objetivo das reformas econômicas é promover um crescimento sustentável a longo prazo e não resultados imediatistas de curto prazo que comprometem a trajetória futura da economia.
O subsecretário de Política Fiscal, Erik Figueiredo, explicou que o mercado melhorou em R$ 9,1 bilhões a previsão em relação ao resultado primário do governo. De acordo com ele, a Emenda Constitucional nº 109/2021 – que sintetiza os esforços fiscais do governo federal, foi responsável por uma redução de R$ 3,5 bilhões nas expectativas do mercado em relação ao déficit primário. “A comparação entre as previsões de outubro de 2020 e setembro de 2021 possui uma diferença de R$ 9,1 bilhões. Pode-se afirmar que cerca de 38% dessa mudança se deveu à aprovação da Emenda Constitucional nº 109/2021”, afirmou o subsecretário.