Tratando-se de uma crise mundial, os impactos nas cadeias logísticas já sentem os reflexos e prejuízos, que vêm sendo anunciados aos quatros ventos. Entretanto, a situação foi pior do que o esperado. O cativeiro social e os anúncios de aumento no número de casos de contaminação dificultaram o transporte das cargas internacionais em todo o mundo.
As operações de importação e exportação foram diretamente atingidas de forma negativa. Por ser uma pandemia generalizada e declarada pelos órgãos de saúde internacionais, comprometem-se todas as operações do comércio internacional.
Sabemos que as docas, armazéns e portos estão abarrotados de produtos prontos para ser transportados. Os efeitos das desacelerações dos serviços de logística, entre outros, começam a impactar em todo o mundo.
Na verdade, a logística no transporte internacional está parcialmente paralisada. As mercadorias necessárias não chegam a lugar algum e tornam a indústria e o comércio ociosos no Brasil e no mundo.
Os impactos do coronavírus nas negociações internacionais já são palpáveis e diversos. Com menos navios circulando, há um acúmulo de contêineres nos portos em muitos países (inclusive no Brasil), o que gera a escassez global desses equipamentos.
Além disso, nossas importações e exportações já sentem, no dia a dia do COMEX, as paralisações dos embarques pela falta das documentações exigidas nos processos. Isto provoca o cancelamento dos embarques, já que há atrasos na entrega das mercadorias negociadas no mercado internacional.
Os choques do coronavírus nos setores logísticos são os mais variados e atrapalham as atividades das nossas categorias econômicas no Brasil e no mundo.
Os distúrbios causados pela pandemia se instalam em quase todas as operações globais. As diversas ações preventivas que estão sendo incrementadas e aplicadas poderão sinalizar – em um futuro próximo – uma luz no fim do túnel, o que amenizaria os prejuízos causados pela histeria do suntuoso coronavírus chinês, dentro e fora do comércio exterior, que ainda estão sendo contabilizados. Este panorama, o das eventuais melhorias, almeja respostas a curto prazo.
Também é importante dizermos que, com a chegada do vírus ao Brasil, as empresas das nossas diversas categorias que prestam serviços em comércio exterior têm implementado a política do home office aos seus funcionários e colaboradores. Afinal de contas, o coronavírus é uma ameaça real, que requer cuidados especiais de todas as categorias econômicas, sem qualquer distinção.
Nós, brasileiros, acreditamos que o nervosismo será temporário porque toda esta histeria será curta. Assim sendo, o problema será superado de forma razoavelmente rápida. Diria que em três meses e que não impactará tanto quanto se teme as atividades inerentes ao comércio exterior.
Com isso, ganharemos tempo para nos planejarmos e reestruturarmos, aproveitando as melhores oportunidades de negócios que serão oferecidas. Vejo, por enquanto, que as variações são normais e dentro do contexto.
Por esta razão, penso ainda que, certamente, as oportunidades irão se apresentar àqueles que tiverem mais apetite ao risco dos negócios que cercam os interesses de suas empresas.
Em breve, nossas entidades pretendem propor à equipe econômica do governo federal um pacto de ações conjuntas entre os diversos setores de serviços, comércio, entidades de classes, entre outros.
Essas medidas poderão atenuar muitos dos problemas que as empresas de pequeno e médio portes enfrentarão, especificamente em decorrência dos impactos econômicos causados pela quarentena do coronavírus.
Entre essas medidas, destaco: a suspensão do pagamento de quaisquer impostos durante 12 meses; o congelamento das tarifas de água, luz, combustíveis e dos preços dos gêneros alimentícios; e a abertura de linhas de crédito especiais.
No final, tudo passa. Nossos passos podem ser longos ou curtos, porque o que realmente vai importar é que nenhum deles voltará. Nenhum caminho será esquecido.
Assim como uma folha caída jamais retornará à sua árvore, uma lágrima derramada não voltará aos olhos. Porém, a folha de uma árvore não cai sem a permissão de Deus e, para que tudo possa acontecer nesta vida, tem que haver a autorização do Pai de todos, ainda que as circunstâncias nos levem ao limiar da dor.
Abraços a todos.
Luiz Ramos – Presidente do SINDICOMIS, ACTC e CIMEC