Como dizia Cora Coralina em seu poema semeando o otimismo: “Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”.
Diariamente, temos acompanhado infinitas publicações sobre supostos escândalos de corrupção, delações na CPI, condenações e prisões de apoiadores do atual governo, degradação de grandes executivos, entre outras. Diante desse contexto, podemos constatar que várias instituições públicas e privadas ainda não adotam práticas de compliance em suas atividades, ou não possuem um Código de Ética e Conduta ou Políticas de Integridade.
Isso só reforça a importância do tema e estabelece a exigência de regras de governança corporativa e práticas de compliance nas atividades das empresas. Elas refletirão não apenas em seus processos internos, mas também em suas contratações e no relacionamento com o público externo (fornecedores, terceiros, agentes públicos etc.).
Pensando nisso de maneira objetiva, entendemos que, em tempos de retomada, e diante de transformações tão intensas – quando a convergência tecnológica e a existência da concorrência se fazem cada vez mais fortes –, ter informação precisa é fator estratégico para a competitividade de qualquer empresa, em qualquer setor econômico.
Poder dispor de dados relevantes sobre o universo dos recursos, materiais disponíveis, contexto mercadológico, tendências do mercado e mudanças nas políticas dos setores, assim como poder antever possíveis variações de cenário e tudo o mais que impacta de forma contundente no ambiente de negócios, contribui sobremaneira para uma tomada de decisão mais assertiva e a consequente adoção de estratégias mais coerentes.
Vale destacar o papel do empreendedorismo e da adoção de uma cultura de inovação dentro da política de compliance. Com isso, percebíamos estar ajudando no melhor aproveitamento das oportunidades de negócios surgidas e por surgir, e na geração de uma gestão sustentáveis dentro da sua empresa. Sendo assim, precisamos ter a percepção de que, em pouco tempo, essas medidas se revelaram capazes de nos levar muito além do que prevíamos. Daí o motivo de termos investido na diversificação de suas habilidades e na ampliação de suas competências; fortalecendo seus recursos intelectuais e tecnológicos; implantando ferramentas necessárias de coleta, tratamento, análise e levantamento de dados, proporcionando visão global e argumentos de inteligência, assim como na obtenção de feedback das lideranças empresariais dos mais diferentes segmentos, setores e especialistas em gestões de negócios.
Todo esse espectro não pode se limitar apenas à sua empresa, mas também à concorrência, o que envolve, ainda, as futuras prospecções. Por isso, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o compliance dentro dos setores da nossa categoria econômica se transformou em um verdadeiro instrumento de promoção da inovação e desenvolvimento da inteligência competitiva para captação de novos negócios e sobrevivência.
Por fim, nossas entidades são instituições que lutam de forma incansável. Enfrentamos com competência as adversidades e os desafios diários, que se apresentam cercados de toda a burocracia construída pela pluralidade normativa. A nós, são atribuídos a defesa e o reconhecimento da sua categoria econômica, garantindo seus direitos constitucionais e administrando com cautela a severa discricionariedade dos agentes públicos.
Não desistindo nunca, mantendo-se firme, obediente ao cumprimento dos deveres estatutários junto à sua representatividade, preservando sempre os bons costumes e princípios éticos e morais e jamais deixando esmorecer, frente aos deveres constitucionais, atinge-se a nobre razão de ser condenado ao otimismo.
Luiz Ramos – Presidente do SINDICOMIS, ACTC e CIMEC