Apesar dos tímidos resultados obtidos no ano passado, os empresários estão otimistas em relação à economia e seus negócios para 2019. Neste cenário, a grande maioria diz que pretende investir ainda neste ano. É o que aponta, inclusive, uma pesquisa feita e divulgada pela Deloitte.
Porém, enquanto 97% dos empresários pretendem investir, a parcela dos que devem criar novos postos de trabalho é menor, correspondendo a 47%. O levantamento foi feito com 826 empresas, que, juntas, tiveram faturamento de R$ 2,8 trilhões em 2017 – o equivalente a 43% do PIB do ano. Dos 97% que realizarão algum investimento em 2019, a maioria diz que planeja lançar novos produtos ou serviços e adotar novas tecnologias.
A verdade é que as expectativas de vendas de fim de ano impulsionaram as importações no País. Já as exportações ficaram abaixo do esperado. Contudo, para este ano, as perspectivas do comércio exterior são positivas.
As previsões na área de transporte de contêineres não são diferentes: estima-se crescimento de, aproximadamente, 5%.
Estas projeções vêm após um terceiro trimestre em que importações e exportações cresceram apenas 3%, após o 1% registrado no segundo trimestre – este, impactado pela greve dos caminhoneiros.
A indefinição no cenário eleitoral também causou um impacto negativo nas trocas comerciais entre o Brasil e os outros países. Além disso, mais um fator que comprometeu as importações foi a alta do dólar, que chegou a bater a marca dos R$ 4,15.
Entretanto, ainda que as expectativas para a economia estejam melhorando, a recuperação lenta do mercado de trabalho está relacionada ao aumento da capacidade ociosa das empresas por causa da crise.
Segundo alguns especialistas, o volume no transporte de eletrônicos cresceu 22% em janeiro de 2018, 32% em fevereiro e 49% em março, antes da Copa do Mundo. No entanto, em agosto, as importações de eletrônicos caíram 15% – um sinal preocupante de que nem tudo estava indo bem para o varejo brasileiro antes do Natal. Tradicionalmente, dezembro registra um crescimento de dois dígitos na corrida para a temporada de festas de fim de ano, já que o varejo costuma fazer pedidos em julho.
Outro fator que indica essa desaceleração é a redução de 15% nas importações de eletrônicos na região Norte. Isto mostra que houve uma queda na produção de eletroeletrônicos em Manaus durante o terceiro trimestre. Naquela época, as exportações de cargas secas subiram apenas 3%, enquanto as de cargas refrigeradas tiveram uma modesta alta de 1%.
Devido ao embargo da Rússia e da União Europeia, as exportações da indústria nacional de proteína para a Europa foram prejudicadas, registrando queda de 15%. Por outro lado, os embarques para a Ásia aumentaram 11%, uma vez que o Brasil se adaptou e transferiu seus volumes de negócio para o Extremo Oriente.
Na realidade, a expectativa é de que este seja um ano melhor para as importações, pois os varejistas terão que reabastecer os estoques novamente. Em contraste com o que vimos em 2018, temos a percepção de um crescimento de três dígitos nas importações no segundo semestre de 2019.
Entre os fatores que favorecem as previsões, estão os programas do presidente Jair Bolsonaro junto ao mercado internacional. Mas, mesmo com as expectativas de um cenário positivo, os empresários destacam a necessidade de investimentos em infraestrutura no País.
Já nos planos para os negócios futuros, diversas pesquisas mostram que boa parte do mercado não pretende fazer captação de recursos em 2019. A maioria diz que tem expectativa por aporte dos proprietários das empresas, empréstimos com bancos de fomento (como o BNDES) e de varejo. Apenas uma minoria fala em abertura de capital – ou seja, fazer um IPO para ter ações negociadas em Bolsa de Valores.
As pesquisas ainda indicam que a maior parte dos empresários está confiante em relação ao desempenho das vendas em 2019. Alguns dizem que deve ser mantido o patamar atual, enquanto outros afirmam que aumentarão seus investimentos em ativos fixos.
Finalizando o assunto, podemos afirmar que o Brasil tem um grande potencial de desenvolvimento dentro do comércio exterior e, muito provavelmente, deve ultrapassar a meta estabelecida no início deste ano. As empresas devem criar flexibilidade e economia em escala; trabalhar com uma cadeia logística confiável; interagir melhor com os mercados globais; investir em automação e produtividade e ter uma performance com consciência empresarial lógica, competitiva e otimista para alcançar seus próprios objetivos e os desta Nação.
Feliz 2019 para todos e sucesso!
Luiz Ramos – Presidente do SINDICOMIS/ACTC