O Brasil marcou presença na China International Cotton Conference (CICC), organizada pela China Cotton Association, nos dias 17 e 18 deste mês, em Suzhou. A participação foi promovida pela Abrapa em parceria com a ApexBrasil e a Anea, como parte do programa de promoção internacional da fibra brasileira, o Cotton Brazil,
Embora ocupe o topo do ranking global de produtores de algodão, a China não atende sua demanda interna na totalidade pois é, também, o maior consumidor da fibra.
De acordo com o Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), a safra chinesa de 2020/2021 totaliza 6,4 milhões de toneladas, para uma demanda estimada de 8,6 milhões toneladas. Para cobrir o déficit, o gigante asiático acaba de anunciar cota extra de importação de 700 mil toneladas, que ainda não foram alocadas.
O Brasil responde por 37% das importações chinesas da pluma e quer aumentar esta fatia.
De olho nas oportunidades chinesas, a Abrapa montou um estande promocional em Suzhou, para divulgar informações e fazer networking com indústria têxtil, fiações, importadores e rede varejista de vestuário durante a CICC.
Além disso, dentro do bloco de discussões “Sustainable Development of the Global Cotton Industry Chain”, na sexta-feira, foi realizada uma palestra sobre números da safra e projeções da produção brasileira de algodão. Outra novidade foi o lançamento do canal do Cotton Brazil na plataforma Wechat, com conteúdo específico para o público chinês.
“O diálogo comercial entre Brasil e China é prioritário em nossa pauta do mercado internacional do algodão e tende a se intensificar, pois nossos objetivos são complementares”, destaca o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.
VENDAS
O país asiático já é o principal cliente do algodão brasileiro, e os números só crescem. Entre 2011 e 2021, os embarques para a China aumentaram 792% – o percentual pode ser maior, pois ainda restam dois meses para o encerramento do ano comercial. “Além da qualidade da nossa fibra estar em níveis crescentes, outro atrativo é que produzimos volume suficiente para exportar a pluma ao longo dos 12 meses do ano”, explica Busato.
Nos últimos 60 dias, a Abrapa selou parceria comercial com duas importantes organizações do setor têxtil chinês. Tanto a China National Cotton Exchange como a China Cotton Association, promotora da conferência em Suzhou, assinaram Memorandos de Entendimento para aproximar o setor industrial chinês dos cotonicultores brasileiros.
(Abrapa)