A nstech divulgou o report “Análise de Roubo de Cargas” referente ao primeiro trimestre de 2025 para apoiar o setor logístico na tomada de decisões. Segundo o levantamento, o Sudeste segue como a região com maior número de ocorrências, concentrando 72% dos casos registrados. Apesar disso, houve uma redução de 5,8 pontos percentuais em comparação com o mesmo período de 2024.
Na região, 48,6% do total de prejuízo de 2025 foi relativo a cargas fracionadas e 44,4% em operações de transporte de alimentos. São Paulo (36,7%) e Rio de Janeiro (25,4%) são os estados com maior número. Enquanto o primeiro reduziu o prejuízo em 9,8 p.p em relação ao mesmo período do ano anterior, o segundo aumentou em 7,4 p.p.
O estudo também analisou os primeiros trimestres de 2023, 2024 e 2025. Em termos regionais, a concentração no Sudeste caiu de 83,2% em 2023 para 72% em 2025, sinalizando um crescimento da ocorrência em outras regiões do país. O Nordeste passou de 7,5% para 20,3% no mesmo período, e o Sul, de 4,6% para 7,6%.
Já nos Estados, São Paulo reduziu os números de 48,8% em 2023 para 36,7% em 2025, o Maranhão aumentou de 0,9% para 11,3% na comparação entre 2023 e 2025, indicando aumento da vulnerabilidade nesse estado.
Em 2025, os números, obtidos pelas três gerenciadoras de risco do grupo – BRK, Buonny e Opentech –, reforçam que as cargas fracionadas são as mais visadas, com 44,1% do prejuízo total no primeiro trimestre de 2025. Ainda assim, o segmento registrou queda de 14,1 p.p. se comparado ao mesmo período de 2024. São alvos preferenciais dos criminosos, especialmente em operações urbanas e noturnas.
Segundo o estudo, a concentração de ocorrências no Sudeste, com 79,4% do prejuízo, especialmente em São Paulo (49,9%) e no Rio de Janeiro (18,5%), demonstra a vulnerabilidade na região. Produtos alimentícios compõem o segundo lugar do ranking com 36,6%. No mesmo período de 2024, o percentual foi de 24,5%. Já os eletrônicos representam 8,1% contra 4,5% do mesmo período de 2024.
Com base na análise dos primeiros trimestres de 2023, 2024 e 2025, houve redução no prejuízo por roubo nas cargas fracionadas: de 52% em 2023 para 44,1% em 2025, indicando possibilidade de diminuição relativa na vulnerabilidade desse segmento. Além do crescimento no valor sinistrado nas cargas de alimentos e eletrônicos, refletindo uma diversificação dos alvos dos criminosos.
Estudo também detalha períodos mais perigosos
No geral, as quintas-feiras foram as mais críticas para o transporte de cargas. Neste dia da semana, o Sudeste acumulou a maioria dos prejuízos, chegando a 74,5% do total. Em relação a 2024, foram registrados aumentos nos problemas por roubo de cargas às quintas, segundas, sextas e sábados. Destaque para o domingo, que reduziu de 10,7% para 5,5% a sinistralidade.
A análise comparativa dos primeiros trimestres de 2023, 2024 e 2025 indica um aumento expressivo dos prejuízos à noite: de 15,6% em 2023 para 45,2% em 2025, mostrando que os criminosos estão atuando mais intensamente durante o período noturno. Às quintas e segundas continuam sendo os dias mais críticos, mas há aumento na vulnerabilidade às sextas e sábados, indicando uma maior atuação dos criminosos também nesses dias.
Sobre a região dos roubos, as áreas urbanas ocupam a liderança do ranking com 29,1% dos prejuízos. A posição se manteve, mas o percentual caiu em relação ao primeiro trimestre de 2024, quando somava 39,9% do total sinistrado. A respeito das rodovias, na BR-316, onde ocorreram 11,3% dos prejuízos por roubo de cargas no primeiro trimestre de 2025, diferentemente do padrão, os principais alvos foram as cargas de eletrônicos (44,8%), higiene e limpeza (36,8%) e defensivos agrícolas (18,4%).
A BR-116 também costuma aparecer entre as mais críticas para o transporte de cargas. No primeiro trimestre de 2025, ficou em segundo lugar entre as rodovias, com 8,3% do total – percentual abaixo do registrado em 2024 (9,7%). Os sinistros com cargas fracionadas somaram 73,2% do total.
“A nível nacional, o cenário não é animador, no entanto, as operações monitoradas pela nstech representaram resultados positivos. Devido aos constantes investimentos em pessoas, processos e tecnologia, nossos clientes tiveram uma redução de 32% da taxa de sinistralidade no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2023”, reforçou o diretor de Cadastro na nstech, Thiago Azevedo.
De acordo com a empresa, o produto que impacta diretamente neste número é uma solução de checagem de motoristas e veículos, que unifica dados de bases mais robustas do país, o Cadastro Unificado. A companhia investiu mais de R$ 100 milhões no desenvolvimento da ferramenta de 2023 a 2025.
A solução aplica Inteligência Artificial e Machine Learning para análise de motoristas e veículos, utilizando os dados dos 3 maiores players do gerenciamento de risco do mercado. Com isso, transportadoras, embarcadores e seguradoras podem mitigar riscos sem comprometer a fluidez das operações.
(Mundo Logística)