As importações pelo Porto de Los Angeles, o mais movimentado dos Estados Unidos, podem cair pelo menos 10% no segundo semestre de 2025. Essa queda pode ocorrer já em maio, pois empresas estão suspendendo pedidos em resposta ao aumento das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos da China e de outros parceiros comerciais.
O diretor-executivo do porto, Gene Seroka, afirmou que o comércio global desacelerará à medida que as empresas tentam entender os impactos dessas medidas. Ele observou que a entrada de produtos pode diminuir ainda mais do que os 10% previstos, embora não haja certeza sobre a extensão dessa queda.
As importações dos EUA aumentaram para níveis quase recordes neste ano, com empresas estocando produtos antes da aplicação das tarifas. Agora, esses mesmos importadores estão suspendendo pedidos da China, aguardando uma possível redução das tarifas.
Reservas de importação de grandes navios porta-contêineres caíram 64% entre 24 e 31 de março e 1 e 8 de abril, semana em que Trump anunciou tarifas “recíprocas” para vários países, segundo a Vizion, fornecedora de software de rastreamento de contêineres. As importações da China caíram 36% nesse período.
Em 9 de abril, Seroka informou que o porto movimentou 385.531 TEUs em março, 1,6% a mais que no ano anterior, devido ao fluxo contínuo de cargas antecipadas. A China representou 45% do volume de importações do porto.
Por outro lado, as exportações caíram 15%, totalizando 122.975 TEUs em março, gerando preocupações entre os exportadores agrícolas e industriais do porto, à medida que tarifas de retaliação começam a ser aplicadas.
Em 11 de abril, a China impôs tarifas de 125% sobre produtos dos EUA e classificou os aumentos tarifários de Trump como uma “piada”. Simultaneamente, a gigante chinesa JD.com lançou um fundo de mais de US$ 27 bilhões para ajudar os exportadores do país a encontrar compradores domésticos para seus produtos.
“Apertem os cintos, isso vai ficar muito complicado para nós”, concluiu Seroka.
Fonte: PortalPortuario
