O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mário Povia, disse nesta quinta-feira (13), que as discussões sobre o serviço de segregação e entrega de contêineres (SSE), também chamado de THC-2, têm como pano de fundo a briga por armazenagem. O SSE consiste no preço cobrado, na importação, pelo serviço de movimentação das cargas entre a pilha no pátio e o portão do terminal portuário, segundo definido na resolução 34/2019 da agência.
“A grande questão do THC-2/SSE hoje é a briga por armazenagem. Os terminais chegaram num nível de eficiência que existe capacidade ociosa, inclusive nos pátios na área primária. Ferramentas desenvolvidas de desembaraço mais rápido e na exportação com eficiência no despacho das cargas permitem oferecer capacidade maior do que era gargalo no passado”, comentou Povia durante coletiva de imprensa na sede da Antaq.
Segundo Povia, a capacidade ociosa que muitos terminais de contêineres têm permite que seus gestores abram espaço para atender mais cargas na cabotagem. Ele lembrou que, em outros momentos, essas cargas seriam preteridas porque longo curso deixa receitas maiores para os terminais. O diretor-geral da agência ressaltou que a ociosidade atual não é decorrente apenas da crise econômica, mas da produtividade dos operadores de terminais.
BR do Mar — Povia disse que o setor portuário tem capacidade suficiente para atender a um eventual crescimento decorrente do BR do Mar. O principal objetivo do programa, frisou, é retirar gargalos que impediam de trazer essas cargas para via marítima. Ele avaliou que a greve dos caminhoneiros contribuiu com o incremento do modal no último ano, ponderando que ainda existem muitos pontos a serem viabilizados. Para o diretor-geral, ao aumentar a disponibilidade de frota, o BR do Mar vai possibilitar que essas empresas apostem ainda mais no desenvolvimento do modal, deixando a zona de conforto. “Mais que crescer 15%, por que não crescer 25%? Será que tem espaço para isso? Estudos dizem que sim”, sugeriu Povia.
Ele acrescentou que existe uma série de medidas de desburocratização em alinhamento para tornar esses terminais mais eficientes. “Em algum momento, ela (empresa) vai propor que operadores logísticos multimodais que tenham essa carga no modal rodoviário, fazendo longas distâncias apresentem ao governo um modelo de negócio em que ela possa ter, por exemplo, um espaço portuário no Sul e outro no do Nordeste. E um waver (isenção) para trazer embarcação com bandeira estrangeira em determinado período para testar esse mercado”, projetou.
(Fonte: Portos e Logística)