Em meio a uma crise que se intensifica a cada dia, o Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) – principal hub logístico da América Latina – encontra-se à beira de um colapso operacional que ameaça paralisar parte significativa do comércio exterior brasileiro. Dias atrás, o SINDICOMIS NACIONAL e a ACTC promoveram uma enquete entre seus representados (confira os resultados no final deste texto) e oficiaram a ANAC sobre a situação, oferecendo alternativas para mitigar os gargalos operacionais e burocráticos e propondo-se a discutir a situação, em nome da coletividade que representam.
“Estamos diante de uma situação crítica, com potencial de gerar prejuízos bilionários ao comércio internacional brasileiro”, alerta Luiz Ramos, presidente das entidades. Segundo ele, o terminal opera sob um congestionamento severo, que já levou grandes companhias aéreas a suspenderem suas operações de carga.
A LATAM Cargo, uma das principais operadoras, anunciou ontem (29) o cancelamento de todos os voos cargueiros para GRU, desviando operações para outros aeroportos. Em comunicado interno obtido com exclusividade, a companhia descreve uma “situação excepcional” causada pelo aumento de carga, limitações operacionais e condições climáticas adversas.
Dados do setor revelam que o tempo médio para liberação de cargas, que normalmente não ultrapassava 48 horas, agora pode chegar a duas semanas. O cenário é ainda mais preocupante considerando que GRU responde por, aproximadamente, 45% de toda a carga aérea internacional do país.
“As empresas estão sendo obrigadas a reestruturar suas operações logísticas, gerando custos adicionais e atrasos que comprometem contratos internacionais”, observa Ramos. Ele destaca casos de cargas perecíveis perdidas e multas elevadas por atrasos.
O momento não poderia ser mais crítico: às vésperas da alta temporada, quando o volume de cargas tradicionalmente aumenta em 30%, o setor teme um agravamento da situação.
RESULTADOS DA ENQUETE