Importadoras pedem redução de imposto para enfrentar a crise

Os efeitos deletérios do coronavírus para a indústria – incluindo a disparada do dólar e do euro – estão apenas começando, mas a Abeifa, entidade que reúne importadoras e fabricantes de automóveis já está se preparando para uma das piores crises da história.

O executivo João Henrique Garbin de Oliveira, presidente recém-eleito da entidade, disse à “Autoesporte” que protocolou um pedido à Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, do Ministério da Economia, para redução da alíquota de importação.

A entidade pede que a tarifa, atualmente de 35%, seja reduzido para 20% para impedir que as operações de suas associadas se tornem insustentáveis. “Esse cenário de tributação elevada somada à alta do dólar e do euro dificultam ainda mais a operação das fabricantes no Brasil”, afirmou o executivo.

Oliveira, que também é diretor-geral de operações e inovações da Volvo Cars no Brasil, afirmou que empresas com produtos abaixo de R$ 150 mil podem ser mais impactadas. “Se nada for feito, algumas marcas podem precisar ajustar seu catálogo e reposicionar seus produtos”.

O presidente da Abeifa destacou que, a curto prazo, a prioridade das empresas é proteger seus funcionários e atender os pedidos dos governos e órgãos sanitários. A entidade pondera que ainda é cedo para analisar a extensão da crise.

“O estoque médio de nossas associadas é de 45 a 60 dias. Então, não há risco de desabastecimento a curto prazo”, disse Oliveira. A cada dia diversas fábricas, sobretudo na Europa, têm anunciado paralisações em suas linhas de produção.

A amplitude da crise faz com que a Abeifa estude até a possibilidade de formar uma parceria com a Anfavea (associação que reúne as maiores fabricantes do Brasil e que já travou disputas diretas contra as importadoras) e outras entidade, como Sindipeças e Fenabrave, para reforçar os pedidos de ajuda ao governo federal.

Oliveira evitou fazer análises para os próximos meses e negou que uma ou mais associadas estudam encerrar as operações no Brasil caso a crise aumente e se prolongue. “Ajustes e processos estão sendo feitos diariamente, já que a situação muda rapidamente”, concluiu.

Atualmente, as associadas da Abeifa contam com mais de 13 mil funcionários diretos e 430 concessionários. Em 2011, no auge do mercado de carros importados fora do eixo Argentina-México, a entidade chegou a reunir 850 revendas.

(Fonte: Valor Econômico)

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