Juros, crescimento e questões técnicas favorecem dólar a R$ 4,90 no fim do ano, diz WHG

Em um cenário que contempla maior crescimento, taxa de juros mais alta ao longo do ano, queda da posição comprada em dólares na B3 e menor diferença entre as quantidades embarcadas de exportações versus a venda de dólares contratados por exportadores, o câmbio deve encerrar o ano em R$ 4,90 por dólar.

A projeção é defendida pelos profissionais da Wealth High Governance (WHG) em carta referente ao mês de maio.

“A partir de meados de maio, com o início do ciclo de alta de juros pelo Banco Central, o real começou a se valorizar, e agora já supera a performance de outras moedas emergentes que também sobem neste período. Esse processo acelerou em maio, com a alta das projeções para crescimento do PIB neste ano”, diz a WHG. Para os profissionais da gestora, o real, assim, foi do posto de pior moeda do conjunto de emergentes para a segunda melhor em maio, ao ficar atrás, somente, do rand sul-africano.

“Podemos, assim, explicar a força relativa do real pela combinação dos três elementos que determinam seu valor: fundamentos externos, juros e crescimento econômico”, apontam os profissionais.

Eles ressaltam que há outros pontos que precisam ser observados. A WHG projeta um crescimento de 5,3%, maior do que o do Boletim Focus, e também espera uma taxa Selic maior – de 6,25% no fim do ano. “Se estivermos corretos nas nossas projeções, isso deveria ajudar a valorizar adicionalmente o real”, dizem os profissionais.

Além disso, eles apontam para alguns fatores técnicos. “Primeiro, a posição comprada em dólar na B3 por investidores institucionais nacionais e estrangeiros tem caído, mas ainda está em um patamar relativamente elevado de US$ 28,5 bilhões”, notam. Para a WHG, com a continuidade da alta de juros, que encarece o custo de posições compradas em dólar, “esperamos que essa posição continue a cair, o que vai contribuir para a valorização adicional do real”.

Outro ponto levantado pela gestora e que pode contribuir para apreciação adicional da divisa brasileira “é a queda na diferença entre as quantidades embarcadas de exportações versus a venda de dólares contratados por exportadores”.

A WHG lembra que, nos últimos 12 meses, o superávit comercial está em US$ 34 bilhões, mas os exportadores internalizaram somente US$ 13 bilhões, o que gerou “uma das maiores diferenças entre o fluxo embarcado e contratado desde os anos 1990”. Para a WHG, o aumento do diferencial de juros entre o real e o dólar “serve de incentivo para uma maior internação de recursos no Brasil”.

(Com conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor)

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