O secretário de Economia do México, Marcelo Ebrard, disse na 5ª feira (28) que descarta um acordo de livre comércio com o Brasil. A declaração foi feita durante entrevista a jornalistas.
“Temos acordos de complementaridade, denominados ACE 53 e ACE 55. O que faremos é tratar de atualizá-los porque foram assinados há mais de 20 anos. Mas não estamos planejando um acordo de livre comércio neste momento”, declarou Ebrard.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum (Movimento de Regeneração Nacional, centro-esquerda), reiterou aos jornalistas a declaração feita pelo secretário de Economia. “É um acordo de complementariedade. O Brasil produz e tem tecnologia em certas áreas que interessam ao México e também nós temos desenvolvimentos em certas áreas que interessam ao Brasil”, afirmou Sheinbaum.
“Lembrem-se de que essa reunião envolveu empresários, não somente o vice-presidente do Brasil de Relações Exteriores, Economia e Energia. Também houve uma reunião entre empresários para ver se pode haver alguma complementariedade”, completou. “Não estamos pensando em um acordo de livre comércio, mas sim em um acordo de colaboração e cooperação em certas áreas.”
Os acordos citados pelo secretário mexicano foram assinados entre o Mercosul e o México em 2002 e estão em vigor desde 2003. O ACE 53 compreende produtos não automotivos, eliminando ou reduzindo tarifas de importação para cerca de 800 posições tarifárias, por meio da concessão de margens de preferências recíprocas entre o Brasil e o México. Já o ACE 55 abrange o comércio de produtos automotivos entre os 2 países.
Na 5ª feira (28), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse que a reunião de trabalho com a presidente do México foi “muito proveitosa” e que o Brasil e o México “estão mais próximos”.
Sheinbaum usou a rede social X para falar sobre a reunião e aproveitou para dar parabéns ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “por ter, mais uma vez, alcançado a meta da fome zero” no Brasil.
“Nos últimos 2 dias, foram realizadas reuniões muito produtivas entre autoridades mexicanas e brasileiras e líderes empresariais para fortalecer a cooperação em desenvolvimento científico, econômico e ambiental; também compartilharam experiências na promoção da industrialização”, escreveu Sheinbaum.
De acordo com Alckmin, foi assinado um documento para atualizar o acordo de comércio exterior e investimento recíproco. “Fizemos um cronograma para poder ter mais complementaridade econômica na relação comercial Brasil-México”, afirmou.
Os 2 países assinaram na 4ª feira (27) um acordo de cooperação agrícola. “Avançamos no agro, abrindo o mercado para pêssego, aspargos, derivados do atum, já tínhamos aberto o mercado para o abacate, e eles abriram o mercado para farinha, para bovinos e suínos, ou seja, ração animal para suínos e bovinos”, afirmou Alckmin, em entrevista a jornalistas no México.
Segundo o vice-presidente, a Embraer esteve entre os temas das conversas e reuniões, assim como a implementação de vistos eletrônicos para facilitar a entrada de brasileiros no México. Sobre as parcerias na área da saúde, Alckmin destacou que a integração entre os países permitirá agilizar processos e reduzir custos na produção de novos fármacos.
(Poder 360)