Há muito o Porto de Santos se ressente de representação política à sua altura, no Congresso. Para o próximo mandato, foram eleitos três deputados federais que irão representá-lo e, mesmo de legendas distintas, estarão alinhados nas questões fundamentais, de interesse da comunidade portuária. Por isso é importante, também para o Brasil, que todos eles façam parte da comissão de portos, como voz política do principal complexo portuário do hemisfério sul.
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Na próxima semana, será anunciado o ministro da gestão Lula responsável pelo setor portuário. O governo que vai tomar posse é uma composição política que favorece a negociação. Os três deputados federais eleitos, da região do Porto de Santos, Alberto Mourão ((MDB), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e Rosana do Valle (PL) têm compromisso com a política portuária regional. Mais do que uma posição programática do governo PT de abortar a privatização do Porto de Santos, este programa, como Portogente anunciou, foi um insucesso em todos os portos que se tentou implantá-lo.
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Esse crescimento político da região, na esfera federal, precisa ser sincronizado com a comunidade portuária. Sem o que, não será possível tirar o Porto de Santos da desordem que tem vivido, nos últimos seis anos. Toda uma diretoria da autoridade portuária sair algemada pela Polícia Federal. Mais recentemente, foi contratado o serviço de dragagem, em curso, com dragas da Van Oord, por R$ 100 milhões mais caro que a renovação possível do antigo contrato, com a DTA. Em desrespeito ao princípio constitucional da economicidade.
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Tomando como referência outros momentos da gestão petista dos portos, decerto o novo governo terá melhor resultado do que foram os últimos quatro anos. Entretanto, isto não é suficiente como horizonte de sucesso: o jogo precisa ser jogado, para atrair investimentos e conquistar competitividade. Todavia, por se tratar de uma frente de forças políticas, na qual a região do porto fica mais fortalecida em sua representação parlamentar, favorece na aprovação de projetos fundamentais para a reindustrialização do porto atual, para o futuro.
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Um cenário em que a comunidade do porto deve ter um papel protagonista, norteado por um debate estruturado, como resposta aos principais problemas e tendo como meta a realidade portuária mundial projetada para 2050. Do jeito que está o complexo portuário de Santos não pode continuar, limitado a um presente virando passado. Sem construir o futuro de melhores oportunidades.