Wilson Braun, vice-presidente do SINDICOMIS NACIONAL e da ACTC, participou de audiência pública na Câmara Municipal de Santos em 2 de dezembro. O evento debateu o futuro das operações marítimas não conteineirizadas no porto local, com foco em cargas roll-on-roll-off, cargas de projeto e o potencial da área STS10 – último espaço disponível para expansão portuária na margem direita. Braun representou o presidente das entidades, Luiz Ramos, que estava em compromisso institucional em Barranquilla, Colômbia.
A audiência foi convocada pelo presidente da Câmara Municipal de Santos, Carlos Teixeira Filho, por meio da Comissão de Assuntos Portuários, Marítimos, Indústria e Comércio (CAPMIC). A sessão teve como mesa diretora o vereador Francisco José Nogueira da Silva, presidente da comissão, além de José Teixeira Filho e Fabio Duarte, respectivamente, vice-presidente e membro do colegiado.
Wilson Braun ressaltou a importância estratégica da área STS10 para o desenvolvimento portuário. “Definir o destino dessa área envolve decisões complexas e que podem impactar o futuro do porto”, afirmou.
Ao analisar o futuro da área STS10, ele destacou o dilema estratégico acerca do último espaço disponível para expansão na margem direita do Porto de Santos. Atualmente, parte da área é utilizada pela Ecoporto para operações roll-on-roll-off, sendo o único terminal no porto público capacitado para o manejo de veículos, cargas rolantes e peças sobredimensionadas. “Temos que equilibrar diferentes demandas para o desenvolvimento portuário”, ponderou.
Ele também observou que o local é disputado para a instalação de um novo terminal de contêineres, com potencial para seis a oito berços de atracação, além de ser considerado estratégico para uma futura estação de passageiros. “A proximidade com o centro de Santos tornaria possível um projeto de revitalização social de toda a região.”
Segundo Braun, o Ministério de Portos e Aeroportos decidiu que a área STS10 será licitada para a construção de um novo e moderno terminal de contêineres, não incluindo no projeto as operações da empresa Ecoporto nem a futura estação de passageiros, conforme informado pela agência Infra.
Durante a audiência pública, ficou evidente que autoridades municipais da região metropolitana de Santos, entidades de classe e empresas prestadoras de serviços se opõem fortemente à decisão do governo federal. Esses grupos apresentaram argumentos sobre os impactos negativos da medida, que incluem a potencial perda de empregos e o comprometimento da continuidade operacional de diversas empresas locais.
“Uma solução conciliatória possível seria dividir a área STS10 em três segmentos distintos, contemplando as operações de veículos, que conta com forte apoio da ANFAVEA; a movimentação de carga geral e de projeto, incluindo a futura estação de passageiros; e uma área adequada para operações de contêineres. Esta proposta alternativa poderá ser posteriormente submetida à análise de nossos associados”, destacou Braun após o término da audiência.