Informações que correm entre funcionários e alunos em algumas unidades do Senac-SP dão conta de que a instituição está sem verbas suficientes para pagar os docentes terceirizados. Por esta razão, a instituição, que pertence ao Sistema S, tem aumentado o número de aulas ministradas pelos docentes fixos (que recebem independentemente da quantidade de aulas) e reduzido as dos contratados. Seria o primeiro sinal que o Sistema S, o qual não sai da mira do ministro Paulo Guedes, começa a fazer água?
Coincidentemente, nessa mesma semana em que os boatos ganharam mais reverberação (entre 26 e 30 de agosto), os recursos bilionários do Sistema S se tornaram alvo também da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ela cobra transparência no uso do dinheiro público repassado às entidades.
No foco da PGR estão recursos de contribuições obrigatórias sobre folha de pagamento instituídas por leis federais. Em 2018, a Receita repassou às entidades R$ 17,1 bilhões.
Ao STF (Supremo Tribunal Federal), Dodge defendeu que fiquem na Justiça Federal eventuais casos de desvios de recursos no Sistema S. Com a recomendação, o MPF (Ministério Público Federal) passaria a investigar crimes nas organizações. Hoje, Justiça comum e MPs estaduais tratam desses casos.
Uma ação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), ajuizada em abril de 2016, pede que os casos criminais sejam julgados na Justiça Federal. O STF ainda não decidiu sobre a ação.