Suspensão das exportações de carne de frango pelo MAPA afeta em cheio mercado gaúcho

O Ministério da Agricultura e Pecuária decidiu pelo autoembargo após o diagnóstico positivo da doença de Newcastle em um estabelecimento comercial no Rio Grande do Sul e suspendeu as exportações de carne de frango, ovos e demais produtos avícolas. A medida faz parte dos requisitos sanitários definidos com cada país importador depois da confirmação do caso.

Segundo o analista de mercado Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o foco da doença tem gerado bastante apreensão no mercado mercado, mas com os protocolos sendo seguidos a risca, o que ajuda a equilibrar o cenário e garantir mais segurança aos mercados.

“O mercado está bastante bagunçado, temos muitas dificuldades do ponto de vista do mercado, em especial no Rio Grande do Sul. Os outros estados podem compensar o fluxo de exportação que vai ser deixado pelo Rio Grande, mas isso vai gerar transtornos e marcas para o mercado gaúcho, que entra agora em desequilíbrio. Vai perder receita, arrecadação, volume de produto exportado. Os prejuízos maiores serão para o Rio Grande do Sul. Cenário extremamente difícil, extremamente complicado”, diz.

Ainda de acordo com as informações do MAPA, as restrições obedecem também às diretrizes que foram estabelecidas nos Certificados Sanitários Internacionais (CSI). Assim, obedecendo às determinações alinhadas com cada país importador, as medidas estão sendo adotadas. No quadro nacional, as exportações de carne de frango brasileira estão bloqueadas, momentaneamente, para Argentina e União Europeia.

Já para o Rio Grande do Sul, o bloqueio alcança um número maior de países, sendo eles: África do Sul, Albânia, Arábia Saudita, Bolívia, Cazaquistão, Chile, China, Cuba, Egito, Filipinas, Georgia, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kosovo, Macedônia, México, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Peru, Polinésia Francesa, Reino Unido, República Dominicana, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Ucrânia, União Econômica Euroasiática, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.

“O primeiro ponto é que, apesar do foco registrado em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, o Brasil ainda é referência global em biosseguridade. As enchentes que devastaram o estado gaúcho em maio provocaram brechas sanitárias, produziram vulnerabilidades, o que explica a ocorrência. De qualquer forma, o protocolo sanitário é seguido à risca”, explica Iglesias.

Ainda assim, o analista afirma também que, apesar de toda a rapidez e transparência com as quais os governos e instituições têm atuado desde o diagnóstico, ajuda a trazer certo equilíbrio aos mercados, que ainda estão avaliando os impactos da medida e das condições que a doença impõe. Nesta sexta-feira (19), uma Portaria foi publicada pelo MAPA declarando também  estado de emergência zoossanitária no Estado do Rio Grande do Sul. A medida vale por um prazo de 90 dias.

O analista da Safras & Mercado relembra o recente comportamento do Japão em relação aos casos confirmados de Influenza Aviária em aves domésticas, de subsistência no Brasil.

“Supondo que o Japão embargue o mercado gaúcho, o Brasil poderia facilmente atender o mercado japonês por outras indústrias no Paraná ou em Santa Catarina. O Japão importou em torno de 21 mil toneladas de carne de frango do Rio Grande do Sul em 2024, de janeiro a junho. Do Brasil, as compras japonesas atingiram o volume de
214 mil toneladas de carne de frango”, detalha Iglesias.

(Notícias Agrícolas)

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