O grupo logístico suíço Kuehne+Nagel registrou maior rentabilidade no primeiro trimestre e manteve sua perspectiva para 2025, impulsionado pelo ganho de participação de mercado e por uma gestão de custos eficaz.
No entanto, analistas preveem um ano volátil para os setores de transporte e logística, já que a ofensiva tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump — junto com a consequente agitação comercial e de mercado — ameaça causar interrupções na cadeia de suprimentos.
O lucro antes de juros e impostos (EBIT) da K+N no primeiro trimestre aumentou 7% em relação ao ano anterior, atingindo 402 milhões de francos suíços (486,33 milhões de dólares). Esse resultado superou as expectativas do mercado, que previam um crescimento de 3% no EBIT.
Os negócios de logística marítima e aérea registraram aumentos no EBIT de 7% e 23%, respectivamente, no primeiro trimestre. A empresa também confirmou sua previsão de EBIT recorrente para o ano, anunciada no mês passado.
Contudo, o analista da Bernstein, Alex Irving, expressou preocupação quanto à viabilidade contínua dessa previsão, destacando que ela foi baseada nas taxas de câmbio de fevereiro e que, desde então, o franco suíço se valorizou 9% em relação ao dólar.
Tarifas
Desde a pandemia de Covid-19, as empresas de transporte e logística têm enfrentado uma sucessão de crises na cadeia de suprimentos, incluindo portos congestionados nos Estados Unidos e na China, greves de trabalhadores e ataques de militantes a navios no Mar Vermelho.
As tarifas impostas por Trump às importações dos EUA e os tributos retaliatórios aplicados por seus parceiros comerciais perturbaram ainda mais as cadeias de suprimentos.
“Os menores volumes de comércio e o excesso de capacidade provavelmente exercerão uma forte pressão de baixa sobre os preços mais adiante em 2025”, afirmou Gian Marco Werro, analista do Zuercher Kantonalbank.
“A pausa tarifária de 90 dias pode provocar uma enxurrada de cargas marítimas e aéreas no segundo trimestre, o que pode aumentar a complexidade e os preços do frete — beneficiando a K+N”, acrescentou Werro.
“Ainda é cedo no segundo trimestre, e não se deve extrapolar dados quando eles são limitados. Mas, neste caso, vemos indícios de que essa tendência continua”, declarou a K+N, ao comentar sobre os efeitos da antecipação das tarifas dos EUA.
As ações da K+N já vinham em queda devido à projeção moderada de EBIT para 2025, antes de atingirem o menor nível em quase cinco anos no início de abril, quando as tarifas de Trump sobre as importações americanas abalaram os mercados globais.
Fonte: PortalPortuario