Chegou a hora de o mundo (e do Brasil) deixar de ser “lojinha” e se tornar um “shopping”

PANORAMA TRADE

Análises de temas diários e relevantes

Produção: Assessoria de Comunicação do SINDICOMIS NACIONAL-ACTC

Exemplo de como a logística pode evoluir está na recente iniciativa da Digital Container Shipping Association (DCSA), que coordenou a primeira transação de conhecimento de embarque eletrônico (eBL) verdadeiramente interoperável e baseada em padrões abertos

A logística global, apesar de avanços tecnológicos pontuais, ainda funciona sob estruturas majoritariamente analógicas, lentas e fragmentadas. Alguns setores do comércio internacional brasileiro operam, por reflexo direto desse panorama, como uma “lojinha ” num sistema que deveria existir com a fluidez de um grande shopping center — integrado, eficiente e responsivo.

A estacionalidade da logística mundial, marcada por picos previsíveis de demanda e gargalos repetitivos, mostra-se incompatível com a velocidade e complexidade que o comércio internacional exige.

Podemos crescer extraordinariamente

No centro desse debate estão as categorias representadas pelo SINDICOMIS NACIONAL — empresas que atuam como elos na cadeia de embarcadores, transportadoras, despachantes e sistemas aduaneiros. Elas têm um potencial extraordinário de crescimento, desde que a logística deixe de ser um entrave e passe a funcionar como alavanca.

Duas frentes precisam avançar com urgência: a digitalização e a racionalização dos processos. Não se trata de afrouxar regras ou eliminar etapas críticas de fiscalização. A pauta não é por menos controle, mas, sim, por um controle mais inteligente, baseado em dados, interoperabilidade entre sistemas e segurança jurídica.

O Brasil, historicamente travado por burocracias redundantes e insegurança regulatória, pode e deve avançar nesse sentido, como, por exemplo, a implantação do Portal Único de Comércio Exterior.

DCSA e Suzano dão exemplo

Um caso emblemático de como a logística pode evoluir está na recente iniciativa da Digital Container Shipping Association (DCSA), que coordenou a primeira transação de conhecimento de embarque eletrônico (eBL) verdadeiramente interoperável, com base em padrões abertos.

A operação, que envolveu a transportadora HMM e a brasileira Suzano, demonstra que a transformação digital no setor não é apenas viável, mas urgente. A interoperabilidade permitiu que o eBL fosse emitido e processado em diferentes plataformas, em tempo real — superando um dos principais entraves do setor: a fragmentação dos sistemas.

US$ 40 bilhões indo pro ralo

Segundo estudo da McKinsey & Company, a adoção massiva do eBL poderia gerar uma economia direta de até US$ 6,5 bilhões, além de destravar US$ 40 bilhões em valor transacional agregado ao comércio global. No entanto, esse potencial vem sendo desperdiçado por barreiras sistêmicas: plataformas isoladas, falta de padronização e receio das partes envolvidas em adotar novos modelos.

Como afirmou Bojan Čekrlić, CEO da CargoX, “o comércio global precisa de múltiplas partes para funcionar, e a digitalização exige que essas partes compartilhem dados e documentação facilmente”. A interoperabilidade é o caminho para romper o ciclo da fragmentação, algo que também precisa ser encarado no Brasil como política de Estado.

Yes, we can

O país possui a expertise técnica, a base industrial e a massa crítica empresarial para avançar rumo a uma logística moderna, digital e desburocratizada — mas com responsabilidade. É hora de deixar de ser uma “lojinha”, presa a processos manuais, redundantes e fragmentados, e se tornar um “shopping” integrado ao ecossistema global de comércio.

Sem esse salto, o setor representado pelo SINDICOMIS NACIONAL — e, por extensão, toda a cadeia de comércio mundial nacional — continuará operando muito aquém de seu potencial. O mundo já está em transição para um modelo logístico digital, seguro e escalável.

A pergunta que se impõe é: o Brasil vai acompanhar esse movimento ou continuará esperando na fila da burocracia?

Assessoria de Comunicação

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