As principais companhias de navegação do mundo — Maersk, MSC e CMA CGM — anunciaram aumentos expressivos nas sobretaxas de temporada de pico (Peak Season Surcharges) e ajustes de tarifas-base para embarques com destino aos Estados Unidos, Europa e Canadá, com vigência prevista a partir de julho de 2025.
Segundo comunicados oficiais, esses reajustes são motivados pela alta demanda sazonal; custos operacionais elevados, como o bunker (combustível marítimo); além de graves disrupções em corredores estratégicos, incluindo congestionamentos em portos europeus, tensões logísticas no Estreito de Ormuz (onde o tráfego caiu aproximadamente 25% em razão de desvios de rota por questões regionais) e blank sailings para reduzir a oferta de capacidade.
O que muda na prática?
- Maersk
- Aplicará uma sobretaxa de US$ 4.000 por contêiner para cargas embarcadas do Subcontinente Indiano e Oriente Médio rumo à Costa Oeste dos EUA e Canadá, a partir de 16 de julho de 2025.
- Uma sobretaxa adicional, entre US$ 3.500 e US$ 4.000 por contêiner, incidirá para cargas com a mesma origem, mas com destino à Costa Leste dos EUA e região do Golfo, dependendo do porto de origem.
- Além disso, haverá sobretaxa de US$ 1.000 a US$ 1.400 por contêiner nas rotas Ásia–Índia/Sul da Ásia.
- CMA CGM
- Sobretaxa entre US$ 150 e US$ 300 por contêiner de 40 pés nos embarques entre Europa e Américas.
- Até US$ 800 adicionais para contêineres refrigerados (reefers).
- MSC
- Ajustará sua tarifa-base no eixo Extremo Oriente–Norte da Europa de US$ 3.900 para US$ 4.300 por contêiner de 40 pés.
O aumento dos custos logísticos internacionais pode gerar efeito cascata nos preços de importação e exportação, especialmente para quem opera via portos americanos e europeus. Empresas brasileiras que dependem de insumos asiáticos ou utilizam hubs logísticos nos EUA e Europa poderão enfrentar custos adicionais e atrasos operacionais decorrentes tanto das sobretaxas quanto do espaço reduzido provocado pelos blank sailings.
Orientações do SINDICOMIS NACIONAL e da ACTC
✅ Antecipar a contratação de fretes internacionais e avaliar reservas com maior antecedência, para minimizar impactos de sobrepreço.
✅ Redimensionar rotas e fornecedores sempre que possível, incluindo a análise de portos alternativos.
✅ Revisar contratos comerciais para prever cláusulas de reajuste logístico.
✅ Monitorar a regulação nacional e internacional, especialmente no tocante à eventual abusividade ou falta de transparência nos critérios de aplicação das sobretaxas.
O SINDICOMIS NACIONAL e a ACTC estão monitorando de perto a situação e atuando junto às autoridades brasileiras e internacionais para assegurar que os interesses dos operadores logísticos sejam respeitados.
Caso deseje compartilhar conosco suas dúvidas ou sugestões, entre em contato com a Assessoria de Comunicação pelo e-mail secretaria.actc@sindicomis.com.br.