O transporte marítimo global ainda demonstra cautela em relação a um retorno em larga escala ao Canal de Suez, mas rastreamentos de navios indicam que algumas embarcações começam, discretamente, a retomar a rota por uma região que segue evitada por muitas companhias desde o início da campanha dos houthis do Iêmen contra a marinha mercante, em apoio aos palestinos em Gaza.
A linha de contêineres francesa CMA CGM está enviando dois de seus navios gêmeos de 17.859 TEUs — o CMA CGM Benjamin Franklin e o CMA CGM Zheng He — da Europa para a Ásia via Suez, no serviço NEU4 da Ocean Alliance. A operação marca o primeiro retorno do serviço da aliança ao Mar Vermelho desde o final de 2023.
Enquanto isso, o petroleiro russo de GNL sancionado Arctic Metagaz, atualmente navegando pelo Golfo de Áden em direção ao oeste, também é monitorado de perto. Com capacidade de 138.028 metros cúbicos, o navio pode se tornar o primeiro transportador de GNL a cruzar o Canal de Suez em oito meses.
Outro navio russo sob sanções, o Komander, um aframax de 21 anos, também ganhou destaque em Suez no início desta semana. O petroleiro sofreu problemas no motor e encalhou brevemente na terça-feira, próximo à marca de 48 km do canal.
Um cessar-fogo provisório entre Israel e o Hamas, alcançado no início do mês, reacendeu especulações sobre um possível retorno gradual de mais navios ao Mar Vermelho. Os houthis justificam seus ataques à navegação comercial como solidariedade aos palestinos, tendo realizado mais de 100 ataques desde o final de 2023.
Agora, operadores e seguradoras observam atentamente para avaliar se o grupo militante reduzirá suas operações no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, uma vez que pausas anteriores coincidiram com cessar-fogos temporários em Gaza.
Até o momento, não houve ataques houthis a navios neste mês, embora Israel tenha retomado os bombardeios na Faixa de Gaza.
O Egito, por sua vez, afirmou estar elaborando planos para a retomada plena do comércio através do Canal de Suez.
(Splash 247)
