Navios de carga movidos a combustíveis mais limpos respondem por 37% dos pedidos

Os navios de carga movidos a combustíveis mais limpos representaram 37% das encomendas globais de navios mercantes entre janeiro e outubro de 2025, proporção idêntica à registrada no mesmo período do ano anterior.

Segundo a consultoria de transporte marítimo AXSMarine, o ritmo estagnado reflete a incerteza dos armadores sobre quando as novas regras internacionais para redução de emissões entrarão em vigor.

A tonelagem bruta total (GT) — indicador da capacidade da indústria naval — somou 78 milhões no acumulado até outubro, bem abaixo dos 113 milhões registrados em igual intervalo de 2024.

No ano passado, as encomendas atingiram o maior nível em 17 anos, impulsionadas pelos desvios de rotas no Mar Vermelho após ataques de rebeldes houthis, o que exigiu mais embarcações para manter a frequência das viagens mais longas. Ao mesmo tempo, o setor se preparava para novas regulamentações ambientais da Organização Marítima Internacional (IMO), órgão da ONU responsável por definir padrões globais para o transporte marítimo.

De janeiro a outubro deste ano, os pedidos de embarcações com combustível alternativo somaram cerca de 29 milhões de GT, contra 42 milhões no mesmo período de 2024, segundo a AXSMarine.

A incerteza aumentou em outubro, quando a IMO adiou por um ano, sob pressão dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, a votação de uma medida que estabeleceria metas globais de descarbonização e criaria mecanismos de penalização e incentivo ao cumprimento dessas metas.

“Com o adiamento da votação sobre a Estrutura de Emissões Líquidas Zero da IMO, uma postura de ‘esperar para ver’ parece agora o cenário mais provável”, avaliou Alexander Hadzhigaev, vice-presidente de dados da AXSMarine.

O transporte marítimo responde por cerca de 80% do comércio mundial e por 3% das emissões globais de gases de efeito estufa — percentual que pode crescer sem políticas de mitigação.

Companhias como Maersk e Hapag-Lloyd afirmam que manterão os investimentos na redução das emissões de suas frotas.

Segundo Hadzhigaev, mais de 70% da capacidade encomendada por operadores de porta-contêineres e transportadores de veículos entre janeiro e outubro foi projetada para combustíveis alternativos, ante apenas 10% a 15% no caso de graneleiros e petroleiros.

O gás natural liquefeito (GNL) segue como o combustível alternativo predominante, representando 29% dos pedidos até agora em 2025. O metanol responde por 9%, enquanto amônia e outros combustíveis somam cerca de 1%.

No segmento de contêineres, o entusiasmo pelo metanol vem diminuindo: sua fatia nas novas encomendas caiu de 48% em 2023 para 18% em 2024 e 10% em 2025, devido à escassez e ao alto custo do combustível, de acordo com dados da AXSMarine.

(Portal Portuário)

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