ARTIGO | Olhando para o futuro, de mãos dadas com sua entidade de classe

Vamos falar sobre os maus profissionais existentes no mercado. Nos últimos dois anos, tem havido grande procura por empresas terceirizadas, para que assumam os processos que, anteriormente, eram realizados por profissionais.

Ressalto que, no Brasil, este problema não se limita ao comércio exterior. Ele é generalizado. Infelizmente, em todas as áreas há uma invasão de profissionais que querem executar um trabalho para o qual não estão, teoricamente, capacitados – e, assim, não dão conta do recado.

Às vezes, um orçamento que tem valor inferior ao praticado pelo mercado aparenta ser vantajoso. Contudo, ele pode se transformar num grande prejuízo – seja porque o serviço não atingiu o resultado esperado; demorou mais do que deveria, o que implicou em mais custos; ou, ainda, gerou gastos desnecessários, por causa de erros cometidos no curso do processo.

Não é de hoje que a atividade de empreender encontra sérios obstáculos no Brasil. O peso da carga tributária torna o país menos competitivo; a insegurança jurídica limita o crédito e o investimento; a rigidez da legislação trabalhista reduz a oferta de trabalho; a escassez de mão de obra qualificada impede o avanço da produtividade. As barreiras para o desenvolvimento econômico são conhecidas.

Há muito, discute-se a necessidade de uma reforma estrutural – que, no entanto, não prospera. As reclamações são de todos os tipos: o serviço de má qualidade está, inclusive, nesse rol. Neste momento em que a retomada do crescimento da economia ocupa o centro da preocupação nacional, é oportuno reacender o debate sobre alguns pleitos que poderão trazer mais dinamismo neste sentido.

Uma destas questões diz respeito a um dos objetos de estudo do atual governo: as relações de trabalho conduzidas pelas lideranças sindicais (sérias e representativas) das suas respectivas categorias econômicas. Antes de tudo, deve-se destacar que são necessárias mais medidas voltadas ao fortalecimento da representação patronal. Assim, a rigidez da regulação das relações de trabalho no Brasil deixará de ser um dos entraves ao crescimento da economia nacional.

Para modernizar a legislação trabalhista, também se deve dar voz aos empresários, sobretudo àqueles que atuam no setor de serviços. Agindo dessa maneira, o governo poderá construir a percepção dos benefícios e eventuais problemas que uma atualização nessa legislação acarretaria.

O empresariado tem disposição para debater o tema e necessidade de contratar mão de obra, desde que se estabeleçam – com segurança jurídica – novos regimes de trabalho. Essa flexibilização, em nosso entendimento, é algo que pode ser facilmente implantado e gerará amplos benefícios à nação.

O tema da terceirização remonta a um argumento econômico clássico: “a especialização gera ganhos de eficiência”. As conclusões teóricas encontram respaldo no senso prático dos empresários. Para a maioria deles, a regulamentação da terceirização da mão de obra se demostra uma excelente iniciativa.

As razões variam, mas todas apontam para a otimização de recursos. Para muitos, a medida aumentaria o número de empregos; para outros, diminuiria os custos com funcionários, fazendo sobrar recursos para investimentos ou impedindo que empresas em dificuldades baixem as portas.

Há, porém, aqueles que veem a iniciativa com pessimismo. As principais justificativas são que o funcionário terceirizado pode não se sentir parte da empresa e que a qualidade do seu serviço não seja satisfatória.

Ao mesmo tempo, não se pode negligenciar a importância das medidas macroeconômicas para os nossos setores. Com certeza, elas deverão ser as responsáveis por proporcionar ao setor privado o dinamismo e a eficiência necessários para o seu crescimento e pelos bons resultados dos negócios.

Fica claro por que é fundamental modernizar os investimentos na capacitação dos profissionais e nas mediações trabalhistas futuras – com a criação de novos contratos de trabalho, que se adequem às necessidades do empregado e do empregador.

A posição majoritária das nossas categorias econômicas é de que há necessidade urgente de as empresas se reinventarem dentro desse novo cenário, já que a atualização pode trazer benefícios para a economia, para os negócios e para os próprios trabalhadores.

Lembre-se: instituições fortes sustentam empresas competitivas.

Luiz Ramos – Presidente do SINDICOMIS, ACTC e CIMEC

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