Com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o Ceará recebeu três boas notícias para sua indústria, nesta sexta-feira (8): uma planta automotiva multimarcas inédita no país, novos investimentos para a produção de aerogeradores e a adesão do estado ao Simpacto (Sistema Nacional de Economia de Impacto), que visa estimular o desenvolvimento sustentável enfrentando problemas sociais e ambientais.
Alckmin celebrou as boas notícias durante cerimônia no Palácio da Abolição, em Fortaleza. Ele destacou o alinhamento delas à Nova Indústria Brasil, política industrial lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início do ano, que prevê ações para a inovação, a sustentabilidade, a produtividade e a exportação da indústria brasileira.
Um dos destaques da visita ministerial foi o anúncio da construção da primeira planta automotiva multimarcas do Brasil, a ser instalada em Horizontina, a 45 km de Fortaleza. Com um investimento de R$ 400 milhões, a fábrica terá capacidade para produzir 40 mil veículos por ano, incluindo modelos elétricos e a etanol, por encomenda de terceiros. Este modelo de negócios permite que montadoras estabelecidas e novas marcas ingressem no mercado brasileiro com produção local.
Durante a cerimônia de anúncio, o vice-presidente ressaltou que a venda de carros, nos últimos sete meses, cresceu 15%, motivada pelo crescimento da economia, da renda e do emprego, e por ações do governo federal, como o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação).
“O governo está colocando crédito tributário de R$ 19,5 bilhões, até 2028, para estimular inovação, carros melhores, mais baratos, com melhor tecnologia e descarbonização, eficiência energética. Todas as rotas: carro elétrico, carro híbrido, elétrico e etanol, carro a hidrogênio, de baixo carbono, carro com biogás, enfim. Todas as rotas tecnológicas. Isso levou ao anúncio recente de R$ 130 bilhões de investimentos na indústria automotiva e de peças”, afirmou.
A nova planta do Ceará cria um ambiente favorável para a produção e comercialização de veículos no país, com incentivo a tecnologias mais limpas. O empreendimento, que deve gerar 250 empregos diretos, está previsto para iniciar suas operações no primeiro trimestre de 2025.
Simpacto — Além do setor automotivo, o Ceará também dá um grande passo em direção à sustentabilidade. Durante a cerimônia no palácio do governo, o estado aderiu ao Sistema Nacional de Economia de Impacto (Simpacto), uma iniciativa do MDIC que busca promover a economia de impacto, integrando ações para enfrentar problemas sociais e ambientais.
“O que nós desejamos? Unir os dois grandes desafios do nosso tempo: diminuir pobreza e cuidar do meio ambiente. São projetos que têm força social de melhorar a vida da população e ajudar o meio ambiente”, explicou o vice-presidente.
Ao aderir ao Simpacto, o Ceará se junta a dois outros estados que já haviam aderido: Rio Grande do Norte e Alagoas. A meta do governo é alcançar todos os estados e o Distrito Federal até 2032.
A economia de impacto, que visa equilibrar a busca por lucro com a geração de impactos sociais e ambientais positivos, tem se mostrado uma tendência global, com um valor de mercado estimado em mais de US$ 1,1 trilhão.
No Brasil, embora os valores ainda sejam modestos, o governo prevê o crescimento dessas atividades, impulsionado por políticas públicas e pela pressão dos investidores.
Segundo dados do Pipe Social, há atualmente mil negócios de impacto mapeados no país, que movimentaram R$ 18 bilhões em investimentos. Entretanto, segundo a Secretaria de Economia Verde e Descarbonização do MDIC, os dados estão subdimensionados. Para se ter um mapeamento mais preciso, o MDIC está desenvolvendo o Cadastro de Empreendimentos de Impacto e firmando parcerias para a integração de bases de dados.
A Enimpacto tem como meta atingir R$ 180 bilhões em investimentos públicos e privados até 2032.
Aerogeradores — A terceira boa notícia celebrada pelo vice-presidente foi o anúncio de R$ 130 milhões de investimentos de uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas, a dinamarquesa Vestas, para produção de um novo modelo de turbina na unidade fabril do Ceará, em Aquiraz.
Alckmin destacou medidas tomadas pelo governo, do ponto de vista tributário, para fortalecer a indústria eólica no Brasil. Em dezembro passado, a Câmara de Comércio Exterior, vinculada ao MDIC, decidiu aumentar o limite de potência para isenção tarifária na importação de aerogeradores – equipamentos responsáveis pela produção de energia eólica – uma vez que se constatou que empresas brasileiras já conseguiam produzir em potência acima do limite anterior. A partir de 2025, todas as compras fora do país recolherão 11,2% de imposto de importação – e eventuais isenções, para qualquer potência, só serão concedidas mediante comprovação de não haver produção nacional equivalente.