O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, afirmou na tarde desta segunda-feira que a queda nas exportações em janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, de 20,2%, não está relacionada à epidemia de coronavírus.
O recuo nas vendas, afirmou, é explicado principalmente por uma base de comparação alta, inflada pela exportação de uma plataforma de petróleo e por vendas recordes de celulose em janeiro do ano passado. “Conversamos com alguns exportadores e até agora não há relato de nenhum impacto do coronavírus em operações”, disse Brandão.
O subsecretário afirmou que o governo brasileiro está monitorando a situação e que, se houver um maior impacto sobre a economia chinesa, é possível que o Brasil seja afetado.
A China é o principal destino dos produtos brasileiros. No mês passado, as vendas para China, Hong Kong e Macau caíram 9,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, e passaram de US$ 4,050 bilhões em janeiro de 2019 para US$ 3,672 bilhões. As vendas totais para a Ásia recuaram 5%.
Brandão acrescentou que, mesmo que haja uma queda maior nas vendas para a China, a tendência é que as exportações de alimentos não sejam tão impactadas, por estarem “menos sujeitas à diminuição da atividade econômica”. Itens como minério de ferro podem ser mais afetados.
O subsecretário destacou que, em janeiro deste ano, houve quedas expressivas nas vendas de petróleo bruto (-US$ 592 milhões em relação a janeiro de 2019), diante de uma demanda mundial mais fraca e de cotações em baixa; de soja (-US$ 255 milhões), devido à baixa demanda chinesa; e de milho (-US$ 270 milhões). “Esperamos que embarques de grãos fiquem mais fortes nos próximos meses”, afirmou.
De acordo com o subsecretário, as exportações já vêm de um movimento de queda nos últimos meses devido à desaceleração da economia global.
(Fonte: Valor Econômico)