Representantes do Ministério da Economia participaram, na terça-feira (17/8), da 13ª reunião da Comissão de Monitoramento do Comércio Brasil-Chile, com o objetivo de impulsionar as relações econômicas bilaterais. Durante a atividade, autoridades e delegados dos dois países trataram da governança e da atração dos investimentos estrangeiros, acesso a mercados e preparativos para a próxima Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), entre outros temas.
“As relações entre o Brasil e o Chile são caracterizadas pela convergência e pela magnitude da cooperação nos vários temas da agenda bilateral. Nossos países têm aprofundado sua articulação na esfera política e este bom entrosamento tem levado à adoção de posicionamentos comuns, seja na esfera regional, seja na multilateral”, afirmou o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia brasileiro, Roberto Fendt, na abertura do encontro.
Segundo Fendt, no âmbito sul-americano, Brasil e Chile compartilham a visão de que as duas grandes iniciativas de integração econômica regional são convergentes e, por isso, atuam para promover o diálogo entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul. O representante brasileiro também reafirmou a importância do processo de acessão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e reforçou o pedido de apoio do Chile ao pleito brasileiro. “Acreditamos nos efeitos positivos que este processo poderá gerar também para o Chile, na facilitação de investimentos mútuos e na criação de estabilidade institucional na América do Sul, com mais países comprometidos com as melhores práticas internacionais, a democracia e o livre mercado”, afirmou Fendt.
União de esforços
O subsecretário de Relações Econômicas Internacionais (Subrei) do Chile, Rodrigo Yáñez, também destacou a relação bilateral positiva entre os dois países. Ele salientou “a necessidade de unir esforços para aumentar os fluxos comerciais nesta nova era da economia digital, aumentando, assim, e com base nas diferentes ferramentas existentes em nível bilateral, o comércio em bens e serviços, investimento, inovação tecnológica e científica”. Segundo o chileno, dadas as dificuldades que o comércio tem enfrentado em decorrência da pandemia, é importante manter essas instâncias abertas para ativar ou dinamizar as duas economias.
Yáñez lembrou a assinatura, em 21 de novembro de 2018, do Acordo de Livre Comércio Chile-Brasil, que constitui o 64º Protocolo Adicional ao Acordo de Complementação Econômica nº 35 (ACE 35). O subsecretário disse que o Chile espera que o acordo “seja prontamente ratificado pelo Senado do Brasil, para dar passo à implementação dos compromissos assumidos em cada capítulo”, a fim de impulsionar a reativação econômica. “Uma vez em vigor, o novo acordo Brasil-Chile certamente elevará as nossas relações a um novo patamar”, concordou Roberto Fendt.
Sobre a Comissão
Criada em 2006, a Comissão de Monitoramento do Comércio Chile-Brasil é a instância encarregada de avaliar a relação comercial bilateral, além de revisar e propor medidas que permitam aumentar o fluxo comercial dos países. Visa avançar em uma série de temas não tarifários – como barreiras técnicas e fitossanitárias – além de ensejar a criação de grupos de trabalho que podem contribuir para o aprofundamento da relação comercial, como, por exemplo, na área de investimentos e complementação produtiva.
A Comissão não se reunia desde setembro de 2018, último encontro ocorrido em Brasília, quando foi assinado o Memorando de Entendimento que formaliza a criação do Comitê Regulatório Brasil-Chile, instância bilateral para tratar de temas regulatórios e barreiras técnicas ao comércio.
No encontro desta terça-feira, o secretário especial Roberto Fendt participou da abertura, ao lado do subsecretário Rodrigo Yáñez. As discussões subsequentes foram conduzidas pelo secretário especial adjunto da Secint, João Rossi, pelo lado brasileiro, e pelo diretor-geral de Assuntos Econômicos Bilaterais do Chile, Felipe Lopeandía.