Cargas em transição: logística nacional busca saída para cenário de retração

A poucos dias do início do último trimestre de 2025, o mercado transitário e de agenciamento de cargas no Brasil entra em um momento que exige mais do que atenção: pede estratégia e capacidade de adaptação.

Depois de um 2024 aquecido – marcado pela retomada das rotas, recomposição de estoques e expansão nas operações de comércio exterior –, os sinais mais recentes indicam uma virada no ciclo. A pergunta que se impõe agora é se estamos diante de uma inevitável retração ou de uma oportunidade de reposicionamento para empresas e profissionais da área.

Desaceleração global já impacta o Brasil

As maiores economias do mundo — Estados Unidos, União Europeia e China — vêm dando sinais claros de enfraquecimento. A combinação de juros elevados e inflação persistente tem freado o consumo e, com isso, derrubado o volume das trocas internacionais.

No Brasil, esse cenário externo adverso se soma a entraves antigos, como os altos custos logísticos, a burocracia portuária e um ambiente regulatório que ainda impõe desafios consideráveis à competitividade.

Cadeias de suprimentos passam por transformação

A reconfiguração das cadeias globais, com ênfase em regionalização e estratégias de nearshoring, tem alterado o fluxo do comércio internacional. Ao reduzir os deslocamentos de longa distância, esse novo modelo pressiona margens e obriga o setor a rever suas estratégias.

No transporte marítimo, a situação é agravada pelo excesso de capacidade gerado por investimentos feitos no período pós-pandemia, o que vem mantendo as tarifas em baixa e aumentando a competição.

Entre riscos e oportunidades

Para o SINDICOMIS NACIONAL e a ACTC, o momento é de ação, não apenas de resposta. Entre as prioridades elencadas pelas entidades, estão:

  • Digitalização e integração: uso intensivo de tecnologia para reduzir prazos, eliminar redundâncias e oferecer maior transparência ao cliente.
  • Diversificação de serviços: novas fontes de receita passam por consultoria aduaneira, logística reversa, soluções sustentáveis e gestão de riscos.
  • Atuação institucional: diálogo constante com Legislativo, Executivo e Judiciário para garantir regras mais claras, estáveis e coerentes com a realidade do setor.
  • Capacitação profissional: a formação contínua é vista como essencial para lidar com as crescentes demandas digitais e regulatórias.

O papel das entidades na construção do futuro

O SINDICOMIS NACIONAL e a ACTC reforçam sua missão de defender práticas comerciais justas, combater distorções de mercado e representar o setor em pautas estratégicas — da regulação de demurrage à harmonização de regras de armazenagem portuária.

“Nossa função é assegurar que as empresas brasileiras estejam preparadas para competir, mesmo diante de mudanças profundas no cenário global. A união e a representação ativa serão determinantes para transformar desafios em conquistas”, reforça o presidente das entidades, Luiz Ramos.

Reposicionamento como estratégia de sobrevivência e de crescimento

Em vez de apenas atravessar mais um ciclo de correção no mercado, as empresas que apostarem desde já em inovação, parcerias estratégicas e presença institucional ativa tendem a sair na frente.

Se houver coordenação entre os agentes e visão de longo prazo, 2025 pode deixar de ser lembrado como um ano de freio e se tornar o início de uma virada estrutural para o setor.

Assessoria de Comunicação

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