A China anunciou novas medidas para endurecer a supervisão das exportações de carros usados e coibir o envio de veículos novos disfarçados de seminovos, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira (12) pelo Ministério do Comércio.
A partir do início de 2026, carros exportados com menos de 180 dias de registro deverão apresentar comprovação de serviços de manutenção pós-venda antes da liberação para exportação. Além disso, as autoridades locais intensificarão a fiscalização de exportadores, especialmente em casos de descumprimento de garantias de qualidade ou condutas comerciais desonestas.
A medida visa reprimir um mercado cinza que, segundo revelou a Reuters em junho, inflou artificialmente as vendas internas por meio da exportação de carros “zero quilômetro” registrados como usados. Esses veículos, nunca dirigidos, eram enviados principalmente para Rússia, Ásia Central e Oriente Médio, com incentivo de governos regionais chineses.
Em junho, o presidente da montadora Changan havia pedido uma ação rigorosa contra o comércio de “usados falsos”, alertando que a prática poderia prejudicar a reputação internacional das marcas chinesas.
Com o novo controle, Pequim tenta equilibrar o crescimento de suas exportações automotivas — que atingiram recordes em 2024 — com a credibilidade global da indústria local.
(Reuters)
