Em um cenário de estagnação tecnológica e comoditização crescente, o Brasil enfrenta o desafio de reverter a curva declinante de suas exportações de produtos de alta intensidade tecnológica. Apesar de um modesto crescimento de 3,1% em 2023, alcançando US$ 8 bilhões, a performance ainda se encontra 14,7% aquém dos patamares pré-pandemia, conforme revelado em um estudo meticuloso da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A análise da CNI desvenda uma realidade preocupante: a composição das exportações brasileiras vem perdendo gradativamente sua intensidade tecnológica, inclinando-se cada vez mais para a comoditização, o que sinaliza um aumento na dependência de produtos primários na pauta exportadora nacional. Tal dinâmica é evidenciada pela dominância quase monopolista da indústria aeronáutica, que sozinha responde por cerca de 46% das exportações de alta tecnologia do país, seguida por contribuições significativas dos setores químico, farmacêutico, de instrumentos científicos, e de eletrônicos e telecomunicações.
Este estudo também lança luz sobre a sutil retração da indústria de transformação no espectro exportador do Brasil, que viu sua participação recuar de 54,3% para 52,2% no último ano, contrastando com o crescimento observado no segmento agropecuário, que avançou de 22,4% para 24%. Essa mudança compõe um quadro que exige uma resposta estratégica robusta.
Diante desse panorama, a CNI apela por uma agenda nacional de competitividade ambiciosa, que transcenda a superação de barreiras comerciais e avance na direção de acordos internacionais estratégicos. A entidade ressalta a importância de uma diversificação na pauta exportadora brasileira, não apenas como mecanismo de fortalecimento frente a choques externos, mas como via essencial para o desenvolvimento sustentável da economia nacional. Em tempos de incertezas globais, a mensagem é clara: a inovação e a abertura comercial não são apenas necessidades, mas imperativos urgentes para o Brasil.
