O segundo semestre deste ano promete ser mais que o início da retomada do turismo no Estado de São Paulo, pois o avanço da vacinação da população contra o covid-19 – aliado ao crescente interesse dos turistas em viajar para espairecer, à permanência dos protocolos de higiene e saúde e ao avanço dos testes de diagnósticos atualmente disponíveis no mercado – cria o ambiente necessário para uma expansão rápida e abrangente da atividade turística paulista. A conclusão para este crescimento foi explorada no webinário Vacinação e as Perspectivas para o Turismo, organizado pela FecomercioSP com representantes do Poder Público estadual.
Esta reviravolta no turismo, que, hoje, amarga índices negativos na economia tanto em perda de vagas celetistas de emprego quanto em faturamento, é positiva. “O turismo foi tragicamente afetado porque foi a primeira atividade suspensa e, possivelmente, será a última a ser retomada. As regras de isolamento e de distanciamento social afetaram toda a cadeia que trabalha com o setor de forma direta e indiretamente”, explica Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo (CT) FecomercioSP.
O recente otimismo para a classe empresarial tem como base o cronograma da vacinação em São Paulo, conforme relatou Jean Carlo Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde. “Em, no máximo, 15 de setembro, toda a população paulista terá tomado a primeira dose de alguma vacina disponível, para que, em dezembro, todos estejam devidamente imunizados com as duas doses de qualquer vacina, mesmo as específicas, como Pfizer/BioNTech, com intervalo de três meses entre as aplicações”, detalha.
Sendo assim, Vinicius Lummertz, secretário estadual de Turismo, enfatizou a necessidade de o empresário se preparar para o segundo semestre, quando os negócios devem retomar as atividades a pleno vapor. “Temos de ser otimistas, porque a diferença, em 2021, é que temos vacinação. Quanto mais vacinas aplicadas, mais moveremos a curva para a retomada que já está em andamento, tanto que o turismo interno de lazer tem se movimentado muito. O desejo de viajar do turista é enorme, e a retomada será puxada por um boom turístico no fim do ano, com risco até de inflação do setor e de falta de lugar para viajar, em razão dos lugares lotados. Isso deve se intensificar, pelo menos, até novembro, quando as viagens ao exterior devem voltar a ser feitas pelos turistas brasileiros. Queremos, como herança desta crise, que se estruture definidamente o desejo de valorizar o turismo interno.”
Além de se planejar para atender o turista nos feriados do segundo semestres deste ano (e no primeiro semestre do ano que vem), Marco Ferraz, presidente da Clia e coordenador do Comitê de Advocacy Turismo da FecomercioSP, afirmou que a segurança deve ser prioridade para o setor. “Fazemos testagem em todos os passageiros e tripulantes, mesmo nos já vacinados. Com este modo de operação, os navios de cruzeiro da empresa voltaram a operar o ano passado, no Hemisfério Norte (Ásia, Europa), e, recentemente, no Caribe e nos Estados Unidos. Estamos com sete navios para operar no Brasil a partir de novembro: em Santos, Ilhabela e Ubatuba”, ressaltou.
São justamente ações como esta, focadas na segurança de todos os envolvidos, que devem ser mantidas e reforçadas, apontou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. “A vacina não é um escudo contra o vírus, mas uma proteção relativa contra a doença. Todas as medidas de proteção e segurança adotadas, até então, devem permanecer por mais tempo. As vacinas foram testadas para avaliar o impacto principalmente nas doenças graves.Portanto, não haverá a imunidade absoluta, esterilizante, pois nenhuma das vacinas é capaz de impedir a infecção e a transmissão do vírus. Enquanto tivermos o vírus circulante no nosso meio de forma expressiva, as medidas não farmacológicas [uso de máscaras e álcool em gel, por exemplo] terão de ser mantidas”, alertou.