PANORAMA TRADE
Análises de temas diários e relevantes
Produção: Assessoria de Comunicação do SINDICOMIS NACIONAL-ACTC
A recente crise no Aeroporto de Heathrow expôs, mais uma vez, como nossa interconectividade global pode ser frágil quando faltam planos de contingência adequados. Assim como a pandemia revelou nossa excessiva dependência de monopólios e cartéis – desde o transporte internacional até a fabricação de medicamentos e insumos essenciais –, o incidente em um dos maiores hubs aeroportuários do mundo demonstrou como a ausência de um Plano B em infraestruturas críticas pode causar um efeito dominó global.
O caso de Heathrow é emblemático: um simples problema no fornecimento de energia paralisou completamente as operações de um aeroporto que atende mais de 230 destinos em 90 países e serve de base para 90 companhias aéreas. Com 5,7 milhões de passageiros apenas em fevereiro de 2025, o impacto dessa paralisação foi sentido em escala mundial, com voos cancelados ou redirecionados em diversos continentes.
Ainda mais preocupante é que essa vulnerabilidade não é exclusiva de Heathrow. A maioria dos grandes aeroportos e portos mundiais opera com infraestruturas dependentes de uma única fonte de energia, sem redundâncias adequadas. Em um mundo onde a logística internacional funciona como um relógio suíço, qualquer interferência em um hub estratégico pode rapidamente gerar um caos global.
Este incidente nos força a questionar: por que infraestruturas tão críticas para a economia global não possuem sistemas redundantes robustos? Como é possível que o maior empregador do Reino Unido, com mais de 90 mil funcionários, não disponha de um Plano B eficiente para situações emergenciais?
A lição é clara: em um mundo globalizado e interdependente, a redundância não é um luxo, mas uma necessidade estratégica. Empresas e gestores de infraestruturas críticas precisam repensar suas estratégias de contingência, considerando não apenas os impactos locais, mas também as repercussões globais. O custo para implementar sistemas redundantes pode ser alto, mas o preço de não tê-los pode ser muito maior.