A confiança dos transportadores rodoviários de cargas do Rio Grande do Sul e de São Paulo atingiu, no segundo trimestre de 2025, o menor nível desde o início de 2023. Os dados são do Índice CNT de Confiança do Transportador Rodoviário de Cargas, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O estudo avaliou a percepção dos empresários sobre a economia, seus negócios e as expectativas para os próximos seis meses.
RIO GRANDE DO SUL
No Rio do Grande do Sul, o índice geral de confiança caiu para 41,4%, uma redução de 6,5 pontos percentuais em comparação ao quarto trimestre de 2024. O indicador que mede as condições atuais ficou em 32,3%, com queda de 6,9 pontos.
A sondagem, realizada em parceria com a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul), ouviu 143 empresários de todos os portes. Entre os principais fatores apontados para o pessimismo, estão a elevada taxa de juros, a carga tributária excessiva e a ausência de políticas públicas específicas para o setor.
Apesar do cenário desfavorável, os empresários demonstraram otimismo em relação à gestão interna de seus negócios, destacando investimentos em planejamento, eficiência operacional e ações para mitigar riscos.
SÃO PAULO
Em São Paulo, a quarta edição da sondagem mostra que a confiança também recuou. O índice geral passou de 51,9% no segundo trimestre de 2024 para 51,1% no quarto trimestre de 2024 e para 45,9% no segundo trimestre de 2025. A queda mais acentuada ocorreu na percepção das condições atuais, que caiu 9,1 pontos entre o último trimestre de 2024 e o segundo de 2025, chegando a 37,2%.
O índice de expectativas para os próximos seis meses ficou em 50,2%, com recuos tanto em relação ao quarto trimestre de 2024 (53,5%) quanto ao mesmo período do ano passado (56,9%).
Realizada com o apoio da Federação das Empresas do Transporte de Cargas de São Paulo (Fetcesp), a pesquisa ouviu 255 empresários entre 20 de maio e 6 de junho. Entre os fatores que explicam o pessimismo, estão a dificuldade de acesso a crédito, a retração no consumo, o aumento dos impostos e o crescimento das despesas públicas.
RIO DE JANEIRO
O Rio de Janeiro participou, pela primeira vez, da sondagem, com 158 empresários consultados com o apoio da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga). O índice geral de confiança foi de 48,6%, refletindo desconfiança em relação ao ambiente econômico.
O indicador de condições atuais ficou em 41,8%. Entre os fatores que influenciaram essa percepção, estão a inflação persistente, os juros elevados, o aumento de tributos e a insegurança nas estradas e áreas urbanas.
Já o índice de expectativas chegou a 51,9%. Apesar dos desafios, os empresários indicaram melhorias internas com foco em tecnologia, eficiência operacional e qualificação de equipes.
Em comunicado, a CNT ressaltou que as opiniões expressas nas publicações são de responsabilidade dos empresários do transporte e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Confederação Nacional do Transporte.
(Mundo Logística)