Porto de Rio Grande será base para primeira torre eólica offshore flutuante do Brasil

Um acordo entre empresas multinacionais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Portos RS e Sindienergia tem a intenção de construir a primeira usina eólica offshore flutuante do Brasil. Batizado de Aura Sul Wind, o projeto-piloto será instalado em águas profundas próximas ao Porto de Rio Grande.

Com início das operações previsto para 2030, o projeto prevê o uso da tecnologia japonesa Raijin FOWT, que consiste em uma turbina eólica montada sobre uma base flutuante de concreto. A torre, de cerca de 200 metros de altura, terá pás com 150 metros e capacidade de geração de 18 megawatts (MW), suficiente para abastecer, inicialmente, o próprio porto rio-grandino. A estrutura será montada dentro do complexo portuário e rebocada até a área de ancoragem em alto-mar.

“A grande vantagem deste sistema flutuante, a Raijin FOWT, é a facilidade na construção e instalação da fundação, e o uso de concreto, material que o Brasil domina tecnologicamente e produz em larga escala, o que reduz os tempos e custos de realização. Isso também ativa uma cadeia produtiva local e acelera a industrialização do setor offshore no Brasil”, explica Rodolfo Gonçalves, especialista em energia eólica offshore, conselheiro da JB Energy e professor da Universidade de Tóquio, no Japão, que liderou a apresentação técnica do projeto e idealizou a formação do consórcio.

Porto de Rio Grande
A escolha de Rio Grande como sede do projeto-piloto acontece pelo grande potencial da região, com ventos fortes e constantes, águas profundas próximas à costa e, sobretudo, um porto estruturado para montar e operar a tecnologia contratada. Após a fase piloto, a ideia é avançar para construção de novas plataformas.

Para Daniela Cardeal, presidente do Sindienergia-RS, o projeto reafirma o protagonismo do Rio Grande do Sul, que em 2006 criou o maior parque eólico da América Latina, em Torres. “É um marco não apenas para o setor, mas para toda a economia do Sul. Este projeto reforça a posição do RS como polo estratégico de inovação e transição energética no Brasil”, destaca.

Desenvolvimento regional
O investimento estimado para a fase inicial do Aura Sul Wind é de 100 milhões de dólares. O projeto será desenvolvido em quatro etapas: estudos de viabilidade, projeto executivo, construção e monitoramento, e por fim a fase comercial. A iniciativa integra o Programa Portos Verdes, que visa descarbonizar os processos logísticos e impulsionar a energia limpa na infraestrutura portuária do RS.

“A energia gerada será o combustível da nova economia. E queremos que essa economia nasça aqui”, reforça Rodolfo Gonçalves, especialista em energia e conselheiro da JB Energy. Segundo ele, a plataforma flutuante poderá ser replicada em série, gerando novos empregos e oportunidades na indústria naval, na construção civil e no setor de serviços especializados em energia offshore.

Conforme o protocolo de intenções, a implantação do Aura Sul Wind também deve movimentar centros de pesquisa, universidades e atrair investidores nacionais e estrangeiros interessados em desenvolver projetos sustentáveis em solo brasileiro. O consórcio já iniciou articulações com o setor público e com o mercado privado para garantir o financiamento da fase piloto.

(A Hora do Sul)

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