Tebet diz que obra para Rota de Integração Sul-Americana 4 deve ser concluída em maio de 2026

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira (23), ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, que a ponte da Rota Bioceânica de Capricórnio, também chamada de Rota 4 no âmbito das cinco Rotas de Integração Sul-Americana, deverá ficar pronta em maio de 2026, permitindo melhor escoamento da produção e redução de custos.

“É uma ponte que está sendo executada pela Itaipu. Ela já está quase 70% pronta, com previsão de ser inaugurada já em maio do ano que vem. Portanto, em exatamente um ano, nós teremos a ponte interligando Carmelo Peralta, no Paraguai, a Porto Murtinho, pelo lado do Brasil”, disse no Fórum Empresarial Brasil-Chile, realizado na CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília, onde também participaram o ministro da Economia do Chile, Nicolás Grau, e empresários dos dois países.

Segundo Tebet, uma outra obra da Rota 4, uma alça que interliga 13 quilômetros, deverá ser concluída entre o fim de 2026 e o início de 2027, obra que segundo ela não é fundamental para iniciar o escoamento da produção.

projeto das Rotas de Integração ganhou fôlego na gestão Lula 3, mas é aguardado há anos por setores ligados ao comércio exterior. Para dar andamento às cinco ligações rodoviárias e hidroviárias do Brasil com a América Latina, o presidente Lula baixou um decreto criando uma comissão interministerial com 13 pastas diretamente envolvidas com a iniciativa. Tebet afirmou que o Brasil tem hoje todas as rodovias prontas para iniciar a integração e ressaltou que todas as obras necessárias estão listadas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Redução de custos

Segundo a ministra, a Rota 4 vai contar com aduana integrada em cabeceira única. Ela estima que, com a integração das aduanas, devam ocorrer reduções tanto no tempo de espera de caminhões (queda de 72 para 6 horas) como nos custos de toneladas de cargas (queda de US$ 600 para em torno de US$ 50).

Tebet disse esperar que a implementação das Rotas represente 24% de queda no preço da carne exportada do Brasil para o Chile, além de baratear a importação de salmão e outros pescados do Chile para o mercado brasileiro.

Mudança de perfil

De acordo com a apresentação do Ministério do Planejamento, as exportações do Brasil para países da América do Sul em 2024 alcançaram US$ 37 bilhões, 11% das exportações totais do país, que somaram US$ 337 bilhões no período.

Tebet ressaltou que houve uma mudança no perfil de exportação do país nos últimos 25 anos, com a América Latina representando hoje o segundo maior mercado para o Brasil depois da Ásia. No último ano, o Chile foi o principal destino das exportações brasileiras na região, seguido por Paraguai, Colômbia e Uruguai, superando o volume para países como Alemanha, Portugal, Reino Unido e Rússia.

Segundo a ministra, além de maior integração com o Chile, o acesso aos portos do país também pode beneficiar a exportação brasileira para os mercados asiáticos. “Vamos mostrar que o Brasil está muito, muito, mais perto da Ásia pelo Pacífico do que pelo Atlântico.”

Fonte: Agência Infra

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