Transporte rodoviário de cargas em SC pode sofrer alterações em 2025, avalia executivo

Conforme dados divulgados neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de transporte de Santa Catarina acumulou uma alta de 7,6% entre janeiro e setembro de 2024. O percentual é o segundo maior entre os estados do Sul e Sudeste, atrás somente do Espírito Santo, com 8,9%. Com isso, o desempenho catarinense superou estados como São Paulo (-4,1%), Paraná (+1,3%) e Minas Gerais (+2,8%).

Considerando apenas o mês de setembro, o setor de transporte registrou uma forte alta de 12,5% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, o modal também apresentou resultados positivos, com uma elevação de 8,3%.

Entretanto, mesmo com os números positivos apresentados, o segmento na região Sul ainda sofre impactos com a instabilidade. Segundo Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística, o cenário atual não está muito favorável.

“Esse ano tem sido um ano de desafios. O fluxo na região Sul do país tem se mostrado instável, e os custos operacionais continuam subindo diariamente. Existe uma crescente demanda por serviços logísticos mais ágeis, seguros e eficientes, mas é preciso colocar na ponta do lápis as despesas exigidas e se a operação que estão te oferecendo cobre este valor”, afirmou.

Para driblar esses grandes desafios, a empresa buscou soluções na inovação dos processos, principalmente na integração da tecnologia, como tecnologia embarcada, otimização da rota, entre outras funcionalidades, que se tornam fundamentais para o crescimento dos negócios.

“Temos investido constantemente em tecnologia internamente para atender às demandas emergentes, garantindo que a qualidade e o comprometimento com os prazos continuem sendo nossos principais diferenciais. Essa expansão nos motiva a continuar inovando e oferecendo soluções cada vez mais adequadas às necessidades de nossos clientes, consolidando nossa posição como referência no setor”, descreveu o executivo.

PREOCUPAÇÃO DO SETOR

De acordo com a empresa, um dos fatores importantes para a manutenção dos números apresentados é o investimento nas malhas rodoviárias, algo que sofrerá mudanças no próximo ano em alguns estados brasileiros. Segundo o Governo Federal, em 2025, a intenção é adotar um novo modelo de concessão de rodovias, visando contratos “light” para atrair o setor privado e oferecer pedágios mais baratos. Esse modelo será implementado em trechos do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Bahia.

O novo modelo se destaca pela redução de exigências tradicionais, como a duplicação de faixas e grandes obras, concentrando o investimento em melhorias essenciais, como manutenção de pistas, sinalização e eventuais ajustes no traçado. O foco estará na redução dos custos e das tarifas de pedágios nas rodovias mais relevantes para o transporte de cargas.

Para Franco, é necessário haver um olhar mais crítico sobre esse tipo de implementação. “Temos que pensar que somos o principal meio de transporte de mercadorias no país. Nos últimos anos, temos sofrido bastante com a qualidade das rodovias, especialmente em Santa Catarina. Claro que podemos pontuar os fenômenos naturais que impactaram essa situação, mas é preciso um cuidado maior por parte dos órgãos responsáveis para manter a qualidade necessária e, assim, garantir a continuidade dos nossos serviços”, destacou.

(Mundo Logística)

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